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Seguro de carro pode custar até R$ 3,8 mil a mais para motorista
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
16/10/2008 | 07:00
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Uma apólice de seguro para automóvel, considerando o mesmo perfil de motorista - sexo, idade, estado civil, localidade, tempo de carteira e histórico de risco - e igual modelo do veículo, pode variar até R$ 3,8 mil. Isso é o que aponta um estudo realizado pela Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).

Essa disparidade entre os preços do seguro se dá principalmente pela marca do carro. Para cada seguradora, existe um índice maior ou menor de incidência de acidentes ou roubos de um determinado tipo de veículo.

Portanto, a sinistralidade oscila bastante. Para uma delas, o seguro mais caro pode ser o do Palio, para outra, o do Gol, e assim por diante.

No Grande ABC os automóveis mais visados são: Parati, Golf, Gol, Uno e Audi A3. A região tem ainda a particularidade de ser considerada detentora de um dos maiores índices de assaltos a carros. O preço do seguro, então, é um dos mais caros do País.

De acordo com Sady Viana, presidente do Clube dos Corretores de Seguros do Grande ABC, hoje a situação se reverteu um pouco, mas a apólice ainda é oferecida a um custo mais salgado. "O poder aquisitivo na região é alto, as cidades são interligadas e a rota de fuga é fácil.

Desde meados de 2006, entretanto, com uma maior investigação e recuperação de veículos, assim como a disponibilização de rastreadores de acordo com o endereço da pessoa e o valor do automóvel, o índice de roubos foi diminuído, e com ele, o valor das apólices", explica o empresário.

Viana conta ainda que das regiões de São Paulo, a única que ainda supera os valores cobrados no Grande ABC é a Zona Leste.

CASES - Para se ter uma idéia da variação dos preços, José Valdemir Barbosa Junior, o proprietário da JWE Corretora de Seguros, de São Bernardo, preparou uma comparação tendo como base um Palio 1.0, motor flex e zero quilômetro para um condutor na faixa dos 40 anos, do sexo masculino e morador da cidade.

A cobertura inclui: colisão, incêndio e roubo; importância segurada do veículo: 100% da tabela FIPE; danos materiais a terceiros no valor de R$ 50 mil; danos corporais a terceiros de R$ 50 mil e franquia normal.

Para esse condutor hipotético, tem-se uma diferença de preço de R$ 1.191, considerando as onze seguradoras com as quais a corretora trabalha (Itaú, Bradesco, Sul América, Tokio Marine, Unibanco AIG, Allianz, Liberty, Azul, Marítima, Mapfre e Porto Seguro). A apólice mais barata foi cotada pela Itaú, por R$ 2.010, enquanto que a mais cara, pela Mapfre, por R$ 3.201.

Em Santo André, tendo como exemplo outra situação. o seguro de um New Honda Civic para uma pessoa do sexo masculino com 40 anos pode ter uma diferença de R$ 2,4 mil. Em uma seguradora a apólice sai por R$ 3,6 mil, e em outra, por R$ 6 mil, relata Paulo Pádua, corretor de seguros da Candelária ABC, que prefere não revelar o nome das empresas consultadas. "Muita coisa varia de uma seguradora para outra. Além do modelo do veículo, o questionário para avaliação do perfil do segurado é diferente. Na Porto Seguro, por exemplo, é preciso responder a uma série de perguntas. Na Liberty, nem tanto".

Junior, da JWE, complementa que também deve ser considerado o custo de adminstração da empresa, como funcionários, infra-estrutura e aparatos para a oferta de seguro. "O fato de uma seguradora oferecer uma gama de serviços e outra não, nas mesmas condições, pode impactar no preço", finaliza.




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