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Fogos de artifício são apreendidos

Polícia Civil encontra empresa com documentação
irregular, na Vila Guaraciaba, com 67.813 bombas

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
25/11/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 A Polícia Civil fechou fábrica de balões e comércio de fogos de artifício na Vila Guaraciaba em Santo André, na tarde de ontem. Foram apreendidos 67.813 fogos de artifício, 928 acessórios para balões e 63 balões prontos.

A Dicma (Delegacia de Investigação de Crimes contra o Meio Ambiente) da cidade chegou até a empresa Dimi Distribuidora de Pipas e Fogos de Artifícios após denúncia anônima. Todo o material era armazenado em espaço de 500 metros quadrados, que também servia para a fabricação de balões, prática ilegal.

Outro agravante é que apesar do comércio de fogos de artifício ser permitido, a documentação que garante o funcionamento do local estava vencida desde o início do ano. A estimativa é que o comércio funcione há pelo menos cinco anos.

“Há uma estimativa de que essa quantidade seja o dobro da que causou a explosão de 2009 que aconteceu na Vila Pires. Este local, que também fica em uma área residencial, poderia explodir pelo menos todo o quarteirão”, avaliou o chefe de investigação da especializada Durval Ramos.

A quantidade de explosivos também é maior que a utilizada na tradicional queima de fogos na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, na virada do ano. No réveillon de 2015, o show pirotécnico utilizou 34 mil bombas, 31% a mais do que na virada para 2014, quando foram 26 mil.

Para o delegado seccional de Santo André (também responsável por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), Hélio Bressan, a apreensão evitou tragédia. “É algo muito perigoso, que não pode ser armazenado ou manipulado sem autorização da Prefeitura, do Corpo de Bombeiros e pela Divisão de Produtos Controlados da Polícia Civil. Isso representava grande perigo para a população.”

O responsável pela empresa, Dimitrius Ranieri, 50 anos, autuado em flagrante no artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais, que pune quem fabrica, vende, transporta ou solta balões. Ele foi liberado mediante fiança fixada em R$ 1.000.

“O valor pode parecer pouco, porém precisa ser levado em conta as condições socioeconômicas da pessoa, que era humilde. Se isso não acontecer, pode ser configurado abuso de autoridade por parte da polícia”, afirmou o seccional.

A equipe do Diário tentou conversar com o advogado de defesa de Ranieri e também com a família do acusado, que preferiram não se pronunciar.

 

VILA PIRES

No dia 24 de setembro de 2009, explosão na loja Pipa e Cia destruiu quarteirão da Vila Pires, matou duas pessoas, deixou 23 feridos e danificou o patrimônio de 55. O local atuava de maneira irregular, com alvará de funcionamento vencido desde 2003.

O acidente aconteceu quando o proprietário Sandro Luiz Castellani, 46, e o primo Denian Castellani, 41, que morreu, trocavam a antena de radioamador do imóvel. A doméstica Ana Maria de Oliveira Martins, 58, que trabalhava no comércio, também morreu.

Sandro e a mulher Conceição Aparecida Fernandes, 48, foram presos em março, em Ribeirão Pires. O casal foi condenado pelos crimes de explosão culposa resultante em morte e transporte de explosivo sem licença. Ambos foram condenados a oito anos de detenção em regime semiaberto.

 

 




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