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Condenação de Abimael Guzmán encerra capítulo sangrento da história peruana
Da AFP
14/10/2006 | 14:37
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A condenação à prisão perpétua de Abimael Guzmán, líder da guerrilha maoísta Sendero Luminoso (SL), encerra uma sangrenta etapa da história do Peru após um dos conflitos internos armados mais violentos da América Latina, cujas feridas demorarão a cicatrizar.

A notícia da sentença que pôs fim na noite de sexta-feira ao primeiro julgamento civil por crime de terrorismo contra a cúpula do SL dominou as primeiras páginas dos principais veículos da mídia impressa peruana, um caso que expôs pela primeira vez os horrores do conflito que deixou 70 mil mortos entre 1980 e 2000.

A imprensa comemorou de forma unânime a firmeza do tribunal com o casal Guzmán (72 anos, os últimos 14 na prisão) e Elena Iparraguirre.

Mas vários jornais peruanos - como Correo, Expreso, Perú21 -, concordaram em classificar como brandas as condenações de 24 a 35 anos contra os dez membros de seu comando.

A pena é similar à concedida em 1993 por um tribunal militar em um julgamento sumário, que depois foi anulado pelo Tribunal Constitucional em 2003.

Este processo é importante para o Peru porque é a primeira vez que o chefe histórico dos senderistas é julgado por civis em um julgamento público, como exigiram seus advogados.

"Desta vez o Sendero Luminoso foi derrotado com as armas da lei, com base nos princípios dos direitos dos cidadãos em nosso país", disse o presidente da Comissão da Verdade e Reconciliação, Salomón Lerner, citado pelo diário La República.

Durante os 12 meses de julgamento foram reveladas as atrocidades cometidas pelos senderistas e também pelos militares, que ao longo de duas décadas semearam morte, desolação e ódio para mais de uma geração de peruanos como registrou o relatório da Comissão da Verdade.

Guzmán adotou a partir dos anos 1960 o maoísmo e os métodos do cambojano Pol Pot na década de 1970, e construiu durante 25 anos uma imagem de revolucionário duro e implacável. O líder senderista foi capturado no dia 12 de setembro de 1992.




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