Desde as suas primeiras falas, Pedro Mariano nunca deixou de cantar. Em ironia ou previsão, a mãe Elis Regina (1945-1982) comentava: esse vai ser o cantor da casa. Hoje, aos 35 anos, o intérprete faz a divulgação do seu sétimo álbum, intitulado Incondicional (2009).
Em retorno a São Bernardo, o paulistano promete passeio por diferentes gêneros. "Não consigo fazer show estático. Todas as influências imprimidas no meu trabalho são extensões de minhas preferências musicais", afirma.
Com naturalidade, Pedro Mariano transita do samba A Casa da Dor (Jair Oliveira) ao pop rock Três Moedas (Frejat, George Israel e Mauro Santa Cecília), garantidos no repertório que abarca ainda outros sucessos como Voz no Ouvido.
Já chamado de cantor romântico, considera: "Não sei se sou um cantor romântico, mas sou um ser humano romântico. Vejo poesia em tudo". E questiona: "Se até Young e Nietzsche ficavam aficionados pelo labirinto de sentimentos, por que não haveria de me emocionar?".
O intérprete paulistano comanda dois shows à moda antiga por não utilizar grandes tecnologias. "O cerne é a banda. Temos forte integração", aponta. Listam entre os músicos Conrado Goys (violões e guitarra), Leandro Matsumoto (baixo), Marcelo Elias (teclados) e Junior Vargas (bateria), todos o acompanham há longa data.
Ao mesmo tempo, as apresentações são atuais pelo sentimento que transmitem. "Não consigo gravar nada que não tenha a ver comigo. Eventualmente, posso não ter vivido determinada história, mas ela aconteceu com alguém que conheço e eu me sinto, vamos dizer, credenciado a contá-la", explica.
No palco, o artista sempre se diverte do começo ao fim. Apesar da pompa de show, com iluminação e figurino, as apresentações tendem a ser bem descontraídas. "Para mim, diversão não combina com protocolo", opina.
Duas músicas inéditas, uma de Leoni e outra de Dani Black, também serão entregues. Em fase de pré-produção, Pedro Mariano experimenta repertório. "São ensaios para o próximo trabalho. O público está sendo cúmplice disso tudo", afirma o cantor, sem ter fechada a data de lançamento do oitavo CD. Ainda em relação à novidade, comenta: "Só sei que será a minha cara. Que fase do meu humor vai pegar eu já não sei".
Depois de passar por três gravadoras, Pedro trabalha com selo próprio, chamado Nau. "O problema nunca foi artístico, mas comercial. Ou o disco não era exposto da forma correta, ou chegava às lojas com preços exorbitantes", pontua. Hoje, o cantor paulistano garante atingir os mesmos números, sem se aproximar do investimento financeiro e da abrangência das gravadoras.

Pedro Mariano - Shows. No Teatro Lauro Gomes - Rua Helena Jaquey, 171. Tel.: 4368-3483. Amanhã, às 21h; e domingo, às 19h. Ingr.: R$ 50.