Economia Titulo Construção
Fiesp investe R$ 230 mi na região

Valor será aplicado até 2011 na construção de duas unidades para oferecer ensino integral a 4 mil pessoas

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
27/11/2009 | 07:00
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A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) anunciou investimento de R$ 230 milhões no Grande ABC. O montante, que deve ser aplicado até 2011, prevê R$ 140 milhões para o sistema Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e R$ 90 milhões para o Sesi (Serviço Social da Indústria).

O valor será destinado à ampliação e modernização das escolas técnicas, chamadas pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, de centros de excelência, Segundo ele, o aporte deve ser suficiente para assegurar 100 mil matrículas.

Santo André é o município mais beneficiado, com R$ 52 milhões (divididos entre Sesi e Senai). No município, serão construídas duas novas unidades para oferecer ensino integral. Uma delas será no CAT (Centro de Atividades do Trabalhador) Theobaldo de Nigris, no bairro de Santa Teresinha. O complexo reúne quadras, piscinas e demais espaços para lazer e esportes - para concentrar a maior parte dos CEs (centro educacionais) locais.

O espaço de 50 mil metros quadrados sacrificará duas quadras de tênis para que um edifício seja construído e comporte 2.000 alunos dos ensinos fundamental e médio. "Com a ampliação, 4.000 alunos vão passar a estudar em tempo integral", avisou Skaf, durante visita ao Diário e ao CAT.

Eles serão realocados de outras escolas para que possam ter mais qualificação. "O importante é a excelência no ensino, e não a quantidade de vagas." Hoje, 400 alunos estudam em período integral.

A outra unidade para comportar demais 2.000 alunos será estabelecida em local ainda a ser definido. Existem duas opções: o Sesi Jardim Ana Maria ou um terreno de 20 mil metros quadrados doado pela prefeitura de Santo André, localizado a três quilômetros do CAT, onde funciona um depósito de veículos apreendidos.

"Primeiro temos de fazer um estudo para verificar a existência de passivo ambiental, como contaminção do solo", advertiu Skaf. "Talvez a melhor opção seja o Jardim Ana Maria por conta da proximidade com o CAT."

O investimento se reflete de maneira positiva no projeto do Polo Tecnológico do Grande ABC, já que possui foco voltado à educação e inovação.

Isso implica melhor preparação estudantes do ensino técnico para o mercado de trabalho, que se qualificarão e poderão atuar nas empresas integrantes do polo. Atualmente o Sesi mantém 12 escolas mantidas no Grande ABC, atendendo 82.240 alunos.

Do restante do investimento, R$ 50 milhões devem ser aportados em Mauá, R$ 42 milhões, em São Bernardo, R$ 40 milhões em São Caetano, R$ 34 milhões em Diadema e R$ 9 milhões em Ribeirão Pires.

Skaf pede prorrogação do financiamento para máquinas

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) afirmou, em visita ao Diário, que já solicitou às autoridades governamentais a prorrogação dos juros reduzidos para o crédito ao setor de máquinas e equipamentos.

O Finame PSI (Programa de Sustentação do Investimento), linha de financiamento do BNDES com juros a 4,5% ao ano, tem prazo de validade em dezembro.

Porém, a exportação do segmento industrial ainda segue com forte déficit, especialmente na região, onde as vendas ao Exterior estão 40% menores do que o registrado de janeiro a outubro no ano passado. Isso implica a necessidade de protelar medidas de incentivo ao investimento.

"Acredito que o financiamento será prorrogado para o ano que vem, da mesma maneira como ocorreu com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos. Acontece que essas determinações o governo deixa para anunciar sempre em cima da hora", afirmou Skaf.

Otimista, o presidente da Fiesp defende que, apesar de o cenário internacional ainda não ter se recuperado, a economia brasileira deverá crescer 6% no ano que vem. "Esse crescimento nós já conquistamos na saída da crise. Em 2010 vamos pelo menos mantê-lo."

Ele aposta, ainda, que o governo vai manter os benefícios fiscais, como a redução do IPI. "Não acredito no fim das políticas de desoneração, pois elas elevam a arrecadação (caso do ICMS - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços)", diz Skaf. "Prova disso foi o governo manter a alíquota de 3% para carros flex até março e instituir o benefício para o setor moveleiro."

A desoneração dos tributos mantém a economia aquecida, gera empregos e supre a demanda de 80% da produção da indústria, que é voltada ao mercado interno.

Para Skaf, as notícias da Copa do Mundo, em 2014, e da Olimpíada, em 2016, movimentam desde já a economia, geram mais crédito e, portanto, dão perspectiva de crescimento.




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