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Bazar em casa é mania no Grande ABC
Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
10/04/2011 | 07:00
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Conceito conhecido nos Estados Unidos, o chamado ‘garage sale' está ganhando força no Brasil. No Grande ABC, o serviço chegou há um ano e veio com o nome CF51Família Vende Tudo. A atividade consiste em promover um bazar dentro da casa do cliente. Os produtos vendidos são os componentes da mobília, como móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e até objetos de cozinha e de arte.

Quem trouxe o serviço para a região foi a jornalista e designer de interiores Tania Simões, 40 anos. A ideia surgiu quando ela estava de mudança de uma casa no bairro Valparaíso, em Santo André, para um apartamento. "Precisei me desfazer dos móveis. Recorri a esse serviço em São Paulo, e então percebi que havia uma grande demanda no Grande ABC", contou.

A procura foi alta e, hoje, a casa onde Tania morava funciona como um ponto fixo para a venda de itens de diversas famílias que optam por dispor de apenas uma parte dos móveis ou que moram em apartamentos. A casa, de 300 metros quadrados, está tomada por objetos de diferentes características e preços (leia reportagem ao lado). Os itens são distribuídos conforme o cômodo em que geralmente ficam. "Tudo que é vendido é inserido na decoração."

O perfil das famílias que decidem vender tudo é semelhante. "Muitas vezes, são pessoas que moram em casas grandes, têm bons móveis e estão de mudança para apartamentos ou para outras regiões", explicou. A decoradora disse que também há casos em que filhos vendem a mobília da residência após o falecimento dos pais.

A administradora Isabel Cristina Leite, 44, é um desses exemplos. A casa onde os pais moravam, em São Bernardo, tem 330 metros quadrados e ficou vazia após a morte do genitor. "Decidi vender os móveis da casa após dois meses da morte do meu pai. A casa estava vazia", relatou.

Ela lembrou de momentos difíceis ao se deparar com a aquisição dos itens. "Quando compraram a poltrona do papai, eu e meus irmãos ficamos nos olhando, sem saber o que fazer." Apesar da tristeza, ela disse que não se arrepende do negócio.

Já a aposentada Tereza Natário, 75, decidiu contratar o serviço após se mudar de uma casa na Rua das Figueiras, em Santo André, para um apartamento. "Eu vendi muita coisa. É muito importante reciclar. É um serviço de grande utilidade, tanto para quem compra quanto para quem vende", avaliou.

Tania informou que, atualmente, a lista de espera para vender a mobília é de cerca de 30 dias. Para que a venda seja iniciada, são necessários dez dias de preparação na casa. Antes, é feita uma lista com todos os objetos que estão disponíveis para comercialização.

 

Preços de objetos variam entre R$ 0,33 e R$ 4.800

 

Quem deseja utilizar o serviço Família Vende Tudo para comprar objetos encontra grande variedade de preços. O item mais barato é um copo de vidro, vendido por R$ 0,33. No outro extremo, o móvel mais caro é uma mesa de jacarandá para sítio, que custa R$ 4.800.

Segundo a designer Tania Simões, os produtos oferecidos são comercializados com descontos entre 30% e 40% em relação ao valor de mercado. Os preços são decididos pela família vendedora. A organização do serviço cobra comissão de 20% do total arrecadado.

As ofertas atraem também os admiradores de antiguidades. Um dos quartos da casa onde funciona o ponto fixo de vendas está decorado com móveis provençais da década de 1930. Entre os itens estão cama, penteadeira e poltronas.

Tania garante, no entanto, que o espaço não é um antiquário. "Temos mobiliário antigo, mas muitos produtos contemporâneos." Ela afirma que os móveis mais procurados são racks baixos e sofás.




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