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Victor e Léo: sertanejos e 'universais'
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
26/10/2008 | 07:05
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Uma respeitável coleção de hits nas rádios, vídeos com cerca de 20 milhões de acessos no YouTube e um compositor que figura no topo da lista de maiores arrecadadores de direitos autorais. Esses são apenas alguns dados que servem como parâmetro para avaliar o sucesso da dupla Victor & Leo, uma das mais bem-sucedidas da música sertaneja na atualidade.

Em seu recém-lançado CD, Borboletas (SonyBMG, R$ 20 em média) - terceiro na discografia dos irmãos mineiros e o primeiro completamente autoral -, os fãs podem encontrar algumas pistas para o fenômeno. Arranjos fáceis pontuados pelo violão de timbre aveludado de Victor, o autor da dupla, letras com forte apelo romântico e refrões grudentos, prontos para cair no gosto do público ouvinte das FMs.

A fórmula adotada pelos intérpretes, que realizam em média 20 shows por mês, também é temperada com doses de lirismo, adicionadas na faixa Deus e Eu no Sertão. A linguagem pop sustenta todo o repertório e fica bastante evidente em canções como Nada Normal, Tanta Solidão e Você Sabia.

Entretanto, quem não gosta vai continuar mantendo distância.

SINCERIDADE - Perguntado sobre quais seriam as razões do êxito da dupla, Leo atribui à sinceridade do envolvimento que ele e o irmão têm com os palcos. "Para nós, a música é muito mais que uma coisa profissional, é espiritual. É a maneira que temos para evoluir como seres humanos. Qualquer tipo de profissão em que você tem a intenção de servir, de fazer o bem, pode demorar, mas você vai ser bem-sucedido", define o cantor.

Em 2007, quando ultrapassou a vendagem de 60 mil cópias e faturou o disco de ouro com o CD Victor & Leo Ao Vivo, a dupla passou a ser tratada como representante do gênero ‘sertanejo universitário'. Nascidos em Ponte Nova e criados em Abre Campo, no interior de Minas Gerais, os irmãos não concordam com o rótulo, que consideram limitador, e fazem questão de ressaltar suas raízes rurais.

"Existem artistas que fazem sertanejo universitário que respeito, mas nós não nos enquadramos nisso. Em nossos shows, percebemos um público variado: crianças, adolescentes e também universitários. Fazemos música universal e temos raiz sertaneja", explica Leo.

Entre as preferências musicais da dupla, ele menciona desde autores sertanejos, como Almir Sater e Renato Teixeira, a ídolos do pop internacional, entre eles o guitarrista e vocalista do Dire Straits, Mark Knopfler e o cantor Phil Collins. O intérprete revela ainda que Victor é fã do virtuoso guitarrista norte-americano Stevie Ray Vaughan, morto em um acidente aéreo em 1990.

PERSONALIDADES - Unidos profissionalmente desde o início dos anos 1990, Victor, de 33 anos, e Leo, de 32, têm personalidades bem distintas. Enquanto o primeiro prefere a tranqüilidade e a introversão, Leo gosta de manter-se em atividade. "Sou muito mais elétrico, agitado. Gosto de acordar cedo, montar a cavalo, sentir o suor escorrendo. Em 70% das vezes, temos opiniões opostas. Mas aprendi que as diferenças acabam sendo positivas."




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