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Motorista assusta grupo e mata rapaz a tiros
Por Leandro Calixto
Do Diário do Grande ABC
03/11/2005 | 08:17
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“Assim você mata a gente do coração”. Esta teria sido a última frase dita pelo estudante Rafael Martins Soares, 17 anos, antes de ser morto com um tiro no peito na noite desta terça, na avenida Pereira Barreto, em Santo André. Ao deixar uma festa no clube da Ford com outros amigos, Rafael caminhava em direção a sua residência, localizada no Jardim Estela. No caminho, um Renault cor prata teria passado próximo aos garotos em alta velocidade. O estudante teria se assustado com o cavalo de pau dado pelo motorista, que teria dito “Vem cá, negrinho, preciso falar com você”. Quando Rafael se aproximou do veículo, segundo testemunhas, levou um tiro certeiro no peito.

O motorista do Renault, que estaria acompanhado ainda por outras três pessoas, teria disparado vários tiros nos amigos de Rafael, mas ninguém mais foi atingido. Todos conseguiram fugir ilesos. Por outro lado, nenhuma das testemunhas conseguiu identificar a placa do carro. O estudante baleado ainda chegou com vida ao Centro Hospitalar de Santo André, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo do garoto só foi liberado no início da manhã desta quarta pelo IML (Instituto Médico-Legal). Rafael Martins foi sepultado no final da tarde, no cemitério da Vila Curuçá.

A revolta de familiares e amigos de Rafael era grande. “Este motorista só poderia estar drogado para fazer uma barbaridade dessas. Não tem explicação o que ele fez. Ele nunca viu o Rafael na vida para cometer um crime como esse”, disse o amigo do estudante Antônio (nome fictício). Outro colega de Rafael, Sandro, lembra que o garoto morto em Santo André era bastante tranqüilo e que não tinha inimigos. “Ele era um cara muito sossegado. Não mexia com ninguém. Todo mundo gostava muito dele aqui”, recorda.

Rafael Martins era filho único do casal Ivani e Mílton. Ele estava terminando o terceiro ano do ensino médio e não estava trabalhando atualmente. Mas, segundo seus amigos, tinha entrevista para emprego marcada em uma empresa da região na próxima semana. “Todos aqui na rua gostavam muito dele. Por isso, não estamos conformados da forma estúpida como ele morreu. Ele era um garoto muito alegre e um ótimo filho”, completou o amigo Sandro.

Por enquanto, a polícia não tem nenhuma pista do suposto assassino. Mas um inquérito foi aberto no 1º Distrito Policial de Santo André. As testemunhas informaram à polícia, no entanto, que são capazes de tentar fazer um reconhecimento fotográfico do responsável pela morte de Rafael. No momento oportuno, elas serão orientadas a comparecer no setor de investigação para ver o álbum de fotografia de procurados pela polícia.



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