Após quase um ano e meio de mandato, o governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), acumula deficit financeiro da ordem de R$ 89 milhões. Quando assumiu o Paço, o petista divulgou ter herdado dívida no valor de R$ 117 milhões da gestão Aidan Ravin (PSB). Esse buraco nas contas tem resultado no atraso a série de fornecedores, alguns chegando a 45 dias de demora no pagamento. Se a situação está ruim agora, era pior. O prazo foi reduzido. Em janeiro, o retardo estava em três meses.

O secretário adjunto de Finanças, Walter Faria, sustentou que, caso a receita continue na média atual – contabilizada a partir de abril, quando se normaliza o volume –, de R$ 80 milhões mensais ao Tesouro Municipal, a Prefeitura “será obrigada a manter o atraso a fornecedores até o fim deste ano”. “A arrecadação não supre todas as demandas”, frisou o número dois da Pasta, acrescentando que o Paço permanece com o contingenciamento de projetos por conta desse impasse econômico.

Por nota, a Prefeitura afirmou que executa “calibração” no tempo dos pagamentos passíveis de negociação. Segundo a administração, essa medida permite tratamento diferenciado. “Há uma série de compromissos que demandam ser honrados na exata data prevista. Os eventuais atrasos, portanto, concentraram-se em obrigações que permitiam alguma flexibilidade. Não são a regra, mas a exceção. ”

O Paço justificou que durante o exercício vigente o número do deficit “vem sendo trabalhado para sua redução”, mas apenas ao fim do ano será possível fazer apuração mais segura, casando o fechamento da contabilidade. “Há indicações de que (o montante) será reduzido, porém não será zerado.”