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Hamilton cobra segurança após assalto a van da equipe Mercedes

Piloto britânico reclama nas redes sociais e diz que problema ocorre todo ano no GP do Brasil

Por Dérek Bittencourt
12/11/2017 | 07:00
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André Henriques


O tema Segurança voltou à pauta do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, neste sábado. Isso porque nem mesmo a numerosa quantidade de policiais militares dentro e fora do autódromo de Interlagos evitou que funcionários da Mercedes sofressem assalto nas proximidades do circuito. Por volta das 20h de sexta-feira, após as duas primeiras sessões de treinos livres, a van que transportava mecânicos e outros integrantes da escuderia alemã foi abordada na Avenida Interlagos por bandidos armados, que levaram pertences. Segundo a polícia, não foi feito boletim de ocorrência, mas as vítimas teriam acesso a imagens do banco de dados policial para tentar identificar os ladrões.

O fato foi lamentado e criticado pelo piloto Lewis Hamilton no Twitter, que cobrou algum tipo de atitude. “Alguns (integrantes) da minha equipe foram mantidos sob a mira de armas na noite passada (sexta-feira) deixando o circuito aqui no Brasil. Tiros disparados, arma apontada à cabeça. Isso é tão perturbador. Por favor, ore por meus caras que estão aqui como profissionais hoje, mesmo que abalados. Isso acontece todos os anos aqui. A F-1 e as equipes precisam fazer mais. Não há desculpa”, criticou o tetracampeão pela manhã deste sábado, antes do primeiro treino livre.

O chefe da Mercedes, Toto Wolff, afirmou que foram levados celulares, notebooks, relógios e passaportes. Estavam na van oito funcionários, entre mecânicos e engenheiros. O dirigente – que se reuniu com o promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, para debater o caso –. afirmou que tratou-se de caso isolado, que não há o que temer quanto à Segurança, mas ontem e hoje os carros com o pessoal da equipe tiveram escolta e adotaram o comboio.

Carro blindado da Federação Internacional de Automobilismo que vinha logo atrás da van da Mercedes, com o assessor de imprensa da entidade Matteo Bonciani, conseguiu escapar. “Moro em Paris e essas coisas também acontecem lá”, minimizou o italiano.

O acontecimento não é o primeiro na etapa brasileira da F-1. Nos últimos anos, foram registrados casos similares. Em 2010, por exemplo, o piloto Jenson Button escapou de tentativa de assalto, enquanto mecânicos da Sauber não tiveram a mesma sorte.

“Vergonha. É triste. Por ser brasileiro se sente parte do problema”, opinou Felipe Massa, que admitiu usar escolta e carro blindado em São Paulo.

Bottas supera Vettel por 38 milésimos e fica com a pole

Nem Lewis Hamilton, tampouco Sebastian Vettel. Quem vai largar na frente no GP do Brasil de F-1, às 14h deste domingo, será o finlandês Valtteri Bottas. O piloto da Mercedes acertou grande volta em sua última tentativa para superar Vettel por 38 milésimos e cravar o recorde de Interlagos em treino, com 1min08s322. Quem completa o top3 é o outro finlandês, Kimi Raikkönen.

“Evitar erros será crucial para amanhã (hoje), assim como uma boa largada. Estou ansioso”, disse Bottas, que ainda busca o vice-campeonato – disputa justamente com Vettel, com vantagem de 15 pontos do competidor da Ferrari (277 a 262).

Companheiro de Bottas na Mercedes, Lewis Hamilton acabou tendo problemas prematuros no treino de classificação. Logo em sua primeira volta rápida, o britânico – já consagrado tetracampeão –, escapou no Laranjinha e acabou batendo na barreira de pneus. Assim, partirá apenas da 20ª posição.

FELIPE MASSA
Em sua despedida no Brasil, o brasileiro não teve muito a celebrar. Pelo contrário. Reclamou de Carlos Sainz, que atrapalhou sua volta rápida. Assim, apesar de ter ficado em décimo, partirá do nono posto por conta da punição de dez posições dada a Daniel Ricciardo.

“Me atrapalhou. Acho que (Sainz) merecia punição. Me atrapalhou de propósito e ele disse que eu o atrapalhei muitas vezes o fim de semana todo. Não foi penalizado, não posso fazer nada”, chiou Massa. DB

Comissário há nove anos, Giaffone fala em ‘bucha’

Árbitro de vídeo é um dos assuntos do momento no futebol. A possibilidade de recorrer aos recursos tecnológicos para tomar decisões de fora para dentro do campo está causando grande discussão, mas é uma realidade de longa data na Fórmula 1. Não que isso torne o tema menos polêmico, muito pelo contrário. Vide a punição de cinco segundos dada a Max Verstappen por ultrapassar Kimi Raikkönen colocando as quatro rodas fora da pista na última volta do GP dos Estados Unidos.

A penalidade partiu dos comissários, após a bandeirada final, tirando o holandês do terceiro lugar e, consequentemente, do pódio. E pelo nono ano, o piloto Felipe Giaffone integra a equipe julgadora da Federação Internacional de Automobilismo na etapa brasileira da F-1, neste fim de semana.

Ao lado de outros comissários da FIA, entre eles o ex-piloto britânico Derek Warwik, Giaffone fica em sala repleta de monitores com as mais diversas informações para julgar e punir infrações e irregularidades cometidas na pista.

“É uma bucha (risos). Na melhor das hipóteses, você não fez mais do que a obrigação. Mas eu faço porque vê um pouco mais do outro lado do automobilismo para realmente copiar o que estão fazendo fora para a gente melhorar o do Brasil”, afirmou Giaffone, que ainda compete na Copa Truck.

De acordo com ele, o importante para a FIA é colocar em prática o que está nas regras, independentemente das interpretações e vivências de quando era piloto. “O grande lance é separar, porque uma coisa é ir pelo que sente e acha como piloto; outra é entender o que está bem escrito no regulamento. Às vezes, uma coisa conflita com a outra, mas o que vale é o escrito.”

Sobre a punição de Verstappen, apesar da bela manobra sobre Raikkönen, Giaffone foi crítico. “Nessa hora é uma pena, porque tem de seguir o máximo do regulamento possível. Mas esse tipo de situação nem é tão complicada. Difícil é quando pilotos se tocam e cada um, tanto entre os comissários quanto os pilotos, tem uma opinião diferente”, concluiu. DB

Preços nas alturas chamam atenção; jaqueta pode chegar a R$ 1.200

“Vir à Fórmula 1 é para poucos”. Com esta frase a empresária gaúcha Vanessa Carvalho, 30 anos, resumiu as condições da etapa brasileira do calendário da F-1 com relação aos custos. Antes mesmo de chegar ao autódromo de Interlagos, cada torcedor tem de gastar, no mínimo, R$ 580, valor referente ao ingresso mais barato (preço inteiro). Depois, já no circuito paulista, um pedaço de pizza sai a R$ 12, entre outras ofertas em lanchonetes. E para quem quiser uma recordação que vá além da memória dos sons e das imagens, é preciso ainda mais dinheiro.

Nas lojas oficiais das equipes, da organização e até mesmo do ídolo Ayrton Senna, chaveiros custam a partir de R$ 30, canecas saem por R$ 40, sendo os itens mais em conta. Isso porque uma jaqueta pode chegar a R$ 1.200, enquanto que uma miniatura da Ferrari sai por R$ 4.999. “Quem tem condições de vir, pode bancar. Mas se fosse mais baixo o preço, mais pessoas poderiam comparecer e prestigiar. Mas cho que os valores são inflacionados por ser um evento mundial. A conversão da moeda, o câmbio, prejudica”, afirmou o marido de Vanessa, o administrador William Carvalho, 34. O casal viajou de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, à Capital.

Na visão do segurança Mattheus Fernando, 24, e da policial Fernanda Alves, 53, dupla que veio de Itanhaém para curtir apenas o sábado da F-1, “R$ 350 já seria preço justo para o setor mais barato. Em estádio de futebol a média do ingresso custa R$ 100”, comparou ele. “Mas, por ser evento internacional tem consequências”, completou. DB 




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