O crack se transformou em um dos maiores problemas sociais do Brasil, conforme mostra mapa do consumo da droga no País elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios. As cidades do Grande ABC também são afetadas, especialmente Mauá, que sentem impactos nas áreas da Saúde, Segurança e assistência social. A verdade é que as administrações não sabem como resolver a questão. Até mesmo os especialistas divergem sobre o melhor método para enfrentar a situação, pois temem infringir os limites assegurados a cada indivíduo, inclusive aos dependentes químicos, pelos direitos humanos.

Exemplo da dificuldade de se lidar com o tema vem da vizinha São Paulo, onde o prefeito João Doria e o governador Geraldo Alckmin, ambos tucanos, enfrentaram forte rejeição da opinião pública ao empregar a força policial em tentativa de acabar com a Cracolândia que funcionava havia anos na área central da Capital. A ação pôs fim à concentração de usuários, mas não ao problema.

As questões principais, o acolhimento e o tratamento dos dependentes, ficaram sem respostas. A proposta dos administradores, de internar compulsoriamente os usuários, alegando que eles não possuem condições de compreender que precisam de tratamento, dadas as condições em que se encontram, foi derrotada na Justiça. E, impedida de permanecer na região central de São Paulo, a legião de viciados se espalhou – alguns deles, segundo garantem as prefeituras de Santo André e Mauá, aportando nas cidades do Grande ABC.

Exatamente por isso os municípios da região deveriam unir forças para encontrar respostas capazes de solucionar a questão. O Consórcio, por exemplo, poderia chamar para si a responsabilidade e começar a discutir maneiras de atuar no enfrentamento do problema. Quem sabe não acaba surgindo nas sete cidades projeto piloto que, replicado Brasil afora, signifique a vitória definitiva contra esse maldito inimigo, que compromete o presente e o futuro de milhares de pessoas, especialmente dos jovens.