Fiscais da Delegacia do Trabalho no Pará libertaram quarta-feira 84 trabalhadores que viviam em regime análogo à escravidão em duas fazendas do município de Brasil Novo, na região cortada pela rodovia Transamazônica.

Os homens viviam em condições degradantes, não recebiam salários e tinham de pagar ao próprio patrão para se alimentar.

Em meados deste mês outros sete trabalhadores já haviam sido libertados em outra fazenda e carvoaria do leste paraense, aumentando para 91 o número de libertados.

Os trabalhadores foram escoltados por homens da Polícia Federal das fazendas Porto Rico e Aruanã até a cidade de Altamira, a 46 km de Brasil Novo, onde terão suas carteiras de trabalho assinadas pelos fazendeiros e receberão as indenizações.

Um homem conhecido por Zé Pretinho, acusado de agir como intermediário na contratação dos trabalhadores, foi preso durante a operação e levado para a delegacia policial de Altamira.

Esta foi a segunda fiscalização feita pela DRT durante o mês em fazendas do Estado. Na primeira delas, entre os dias 13 e 18, nas cidades de Paragominas e Tomé-Açu, no leste paraense, foram resgatados cinco trabalhadores na fazenda Bela Vista.

No dia 17, os fiscais encontraram dois trabalhadores em regime de escravidão numa carvoaria de Paragominas que já havia sido lacrada por irregularidades em outras ocasiões.