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Combate ao Aedes ganha destaque

Ameaça de nova epidemia e chegada do período quente e chuvoso impõem medidas contra o mosquito causador da dengue

Por Natália Fernandjes
Do dgabc.com.br
25/11/2018 | 07:00
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Divulgação


Embora os casos autóctones (contraídos dentro de um território) de dengue na região tenham registrado queda significativa de 97,5% nos últimos dois anos (veja tabela abaixo), especialistas destacam o perfil cíclico da doença e a possibilidade de nova epidemia – a exemplo de 2016, quando foram contabilizados 1.986 pessoas contaminadas – no próximo verão. Diante do cenário, começa hoje a Semana Nacional de Combate ao Aedes aegypti, momento em que todos os esforços da administração pública e da sociedade devem estar voltados à eliminação do mosquito.

Até sexta-feira, as sete prefeituras realizam atividades de conscientização acerca do problema e também de eliminação de possíveis criadouros do mosquito. Uma das ações mais eficazes é a visita de agentes de controle de endemias às residências dos moradores, empresas e prédios públicos, avalia o gestor da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) do Estado de São Paulo, Dalton Pereira da Fonseca Júnior. “Embora seja caro e não muito fácil, nossa orientação é para que sejam reestruturadas as equipes e formadas brigadas para vistorias nas cidades”. Somente neste ano, cinco municípios – São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires – destacaram ter realizado 1,2 milhão de vistorias em imóveis.

O momento de intensificação das ações contra o Aedes coincide com a chegada do período mais quente e chuvoso do ano, embora deva ser realizado de forma intermitente. “Os ovos são colocados o ano todo, mas precisam do calor e do contato com a água limpa para eclodirem. Os cuidados devem ser tomados o ano todo”, destaca o professor de Infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Munir Akar Ayub.

O ‘Dia D’ de combate ao mosquito ocorre na sexta-feira, com a intensificação do trabalho de campo. A proposta é estimular a eliminação dos criadouros, com o reforço de vistorias semanais em caixas d’água, calhas, ralos, lajes, pneus, tambores e demais recipientes que possam acumular água. “Geralmente as coisas ficam mais calmas e as pessoas vão relaxando, mas é preciso estar atento ao risco de epidemia a cada dois ou três anos”, diz Fonseca.

A preocupação dos especialistas leva em conta o fato de não existir apenas um tipo de vírus da dengue em circulação no Estado e de os anticorpos contra o mal não durarem para sempre. Dessa forma, pessoas que já foram infectadas pelo Aedes podem ser acometidas novamente. Nestes casos, a contaminação se torna ainda mais perigosa.

Outro agravante lembrado por Ayub é que o mosquito não necessariamente precisa picar uma pessoa infectada pelo vírus, mas já pode nascer contaminado pela fêmea. “Agora é a época de se intensificar o combate aos ovos, tendo em vista a possibilidade maior de transmissão da dengue”, alerta.

Palco das discussões acerca do tema em anos anteriores, o Consórcio Intermunicipal reduziu as ações contra a dengue devido à queda do orçamento da entidade. Com isso, campanhas conjuntas entre as cidades que compõem o colegiado (Diadema não participa) deixaram de existir. Segundo o órgão, “as discussões sobre o controle do vetor têm acontecido mensalmente no Centro de Apoio Regional à Saúde 1 Grande ABC, ligado à Secretaria de Saúde do Estado”. No entanto, não foi detalhado de que forma. 




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