Foi protocolado requerimento para convocar o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para que ele explique à CPI da Merenda na Assembleia Legislativa o contrato firmado com a Coaf (Cooperativa Agrícola Familiar). A empresa é investigada pela Operação Alba Branca, coordenada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, que apura suposto superfaturamento no convênio com a Secretaria do Estado da Educação.

A gestão petista de São Bernardo já pagou R$ 4 milhões à Coaf em acordo para distribuição de suco de laranja à rede de ensino municipal. A administração alega que o preço unitário é menor do que o praticado pela Pasta estadual. O documento de convocação de Marinho foi formulado pelo deputado estadual Orlando Morando (PSDB), rival do PT e suplente na CPI da Merenda.

Apesar do pedido, o presidente da CPI, deputado Marcos Zerbini (PSDB), afirmou que o primeiro objetivo da comissão será analisar justamente o contrato com o governo do Estado. Há suspeita de favorecimento a servidores e agentes políticos próximos do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB).

“Queremos esgotar toda apuração no convênio com a Secretaria do Estado da Educação. Somente depois vamos analisar as prefeituras. Até para acabar com essa história de que a CPI vai abrandar algo ao governo do Estado. O que mais queremos é evitar o discurso político nos trabalhos”, assegurou Zerbini, sem definir quando o requerimento de convocação de Marinho entrará na pauta. “A CPI não será chapa branca.”

Hoje deve ser escolhido o relator da CPI da Merenda. Estão no páreo os deputados Estevam Galvão (DEM), Delegado Olim (PP) e Alencar Santana (PT) – somente o petista é oposição ao governo Alckmin.