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Ferramentarias do Grande ABC enfrentam falta de mão-de-obra
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
14/11/2004 | 15:47
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A retomada da atividade econômica neste ano e, em especial, o aquecimento do setor automotivo têm criado um problema para empresas da área de ferramentaria instaladas no Grande ABC: a dificuldade de estas indústrias encontrarem mão-de-obra qualificada para efetivarem planos de expansão. Há uma escassez de profissionais capacitados na área, segundo empresários do ramo.

A demora de até dois meses para o preenchimento de vagas para ferramenteiros tanto nos postos da Central de Trabalho e Renda, da CUT (Central Única dos Trabalhadores), quanto nos do Centro de Solidariedade ao Trabalhador, da Força Sindical, atesta que há oferta de postos de trabalho mas pouco pessoal com qualificação na atividade. Nas unidades da CUT havia nesta semana 35 vagas para a área de ferramentaria e no da Força, 76. O salário inicial de um ferramenteiro oscila entre R$ 1.870 e R$ 1.980 ao mês, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Mauá e Região.

Uma das empresas do segmento, a Prodemol, de São Bernardo, possui 70 funcionários e tem dez vagas abertas a espera de interessados. A companhia se prepara para transferir no início de 2005 parte de suas operações, localizadas em área alugada no município, para imóvel próprio, onde já tem atividades de usinagem pesada.A intenção é ampliar ao todo em 40% – em torno de 30 admissões – o quadro de funcionários. A companhia investe R$ 3,5 milhões, entre equipamentos e instalações, e quer incrementar em 50% a produção, de 10 mil horas por mês para 15 mil horas mensais.

O projeto de expansão esbarra na dificuldade de efetivar as contratações. Segundo o diretor da Prodemol, Gilberto Fortunato, este ano foi o melhor dos últimos dez para a empresa mas para continuar crescendo, é preciso ter mais empregados. Ele disse que mesmo com o anúncio de vagas em jornais está difícil e a empresa tem buscado contato com ex-funcionários. O executivo afirma ainda que, para uma pequena empresa, é mais difícil treinar pessoal não-capacitado devido à estrutura enxuta e à necessidade de atender às encomendas com rapidez.

A Soriani Ferramentaria, de Mauá, tem o mesmo desafio. A indústria, que se dedica a projeto e fabricação de dispositivos de controle e ferramentas e usinagem em máquinas de controle numérico, tem hoje 60 empregados e planos de chegar a 80 no ano que vem. “Não conseguimos contratar”, disse o diretor, Sérgio Soriani. A solução tem sido formar os próprios funcionários dentro da fábrica.

Fortunato acrescenta que, como as escolas Senai há alguns anos deixaram de oferecer curso de técnico em ferramentaria, criou-se uma lacuna. Soriani concorda: “O Senai não tem mais o foco no ramo da atividade metalúrgica como antes, passou a focar em mecatrônica e em outras áreas, como montagem de computadores”, disse.

Cursos – O Senai informou que, embora não exista mais o curso técnico em ferramentaria, há o CAI (Curso de Aprendizagem Industrial), que é gratuito e direcionado a jovens de 14 a 18 anos que tenham completado o ensino fundamental. A escola Senai Almirante Tamandaré, em São Bernardo (avenida Pereira Barreto, 456, telefone 4122-5877) oferece o curso de ferramenteiro de corte, dobre e repuxo, e no município, no Senai Mario Amato (avenida José Odorizzi, 1.555, telefone 4109-9499), há o de moldes termoplásticos.




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