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Aposentados buscam justiça salarial
Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
22/02/2009 | 07:02
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DGABC


Ao se aposentar, todo trabalhador quer aproveitar o tempo de ociosidade para passear e se divertir. Mas nem sempre é possível, porque muitos descobrem que o salário que irá receber é bem menor do que recebia quando trabalhava. Para tentar alterar esta realidade, as centrais sindicais lutam para extinguir ou mudar o chamado fator previdenciário, o que poderia dar uma aposentadoria mais digna ao trabalhador.

A ideia é fazer com que o cálculo do benefício possibilite que o trabalhador, ao se aposentar, receba a totalidade de seu salário.  Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, extinguir o fator previdenciário não é a solução, basta mudar algumas regras para que o trabalhador se aposente com 100% do salário.

Paulinho, que também é deputado federal pelo PDT paulista, afirma que uma das propostas que estão sendo negociadas é a do chamado fator 95/85, pelo qual a soma do tempo de contribuição do trabalhador com a idade resulte em 95, no caso dos homens, e 85, no caso das mulheres. "O que está atravancando o processo é que o governo quer começar com o que o trabalhador tem direito hoje. Atualmente a trabalhadora, por exemplo, que precisa contribuir por 30 anos, se aposentaria com 55% do salário. Um pouco mais da metade, o que é um absurdo", critica.

O presidente da Fapesp (Federação das Associações e Departamentos de Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo), Antonio Alves da Silva, afirma que o modelo do fator previdenciário induz o trabalhador a se aposentar, mesmo sabendo que vai receber um valor menor de aposentadoria. "Com isso, o trabalhador se frustra porque não pode gozar a vida como ele gostaria", afirma. Para ele, outro problema é o parâmetro de expectativa de vida para o cálculo da aposentadoria. "Como a expectativa de vida do brasileiro tem aumentado, a previdência calcula o salário cada vez mais para baixo, já que isso significa que o trabalhador irá cada vez mais precisar de mais tempo de contribuição para ter direito a 100% da aposentadoria. Você compra um seguro para ter um retorno, e o governo não te dá este retorno que é de direito."

Por isso, afirma Silva, que o aposentado tem continuado na ativa para poder manter a qualidade de vida. "Eu mesmo me aposentei em 1996 com nove salários mínimos e hoje ganho cerca de quatro por causa do reajuste. Hoje o reajuste dos aposentados para 2009 é de 5,92%, enquanto o salário mínimo é mais de 11%. Com essa diferença acumulada no decorrer do ano é possível sustentar uma família", diz. "Ao invés de gozar a vida, o aposentado tem perdido sua dignidade e o direito de ir e vir", finaliza.




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