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Fundo de Cultura de Sto.André atrai 44 projetos
Por Gislaine Gutierre
Da Redaçao
06/02/2000 | 17:28
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  O Fundo de Cultura de Santo André, que atualmente disponibiliza R$ 100 mil para a viabilizaçao de projetos culturais na cidade, inicia nesta semana o trabalho intensivo de seleçao das propostas inscritas até o dia 31 de janeiro. Ao todo, foram recebidos 44 trabalhos que podem ser enquadrados nas mais variadas manifestaçoes artísticas. Agora, a comissao responsável pela triagem tem um prazo de 30 dias, prorrogável por igual período, para divulgar os nomes dos contemplados.

Esta é a terceira vez que a atual gestao disponibiliza as verbas do Fundo. Em relaçao à última ediçao, realizada no ano passado, houve cinco inscriçoes a menos. Em 1999, nove propostas foram selecionadas de um universo de 49. Na primeira leva, foram 19 interessados e seis selecionados.

Altair Moreira, secretário de Cultura de Santo André e também presidente da comissao de avaliaçao, afirma que desta vez os projetos foram melhor elaborados. "Em anos anteriores, recebemos muitas propostas com prazos incoerentes e verbas incompatíveis", disse.

Na sua opiniao, um dos fatores que contribuiu para a melhora das propostas foi a realizaçao, no ano passado, do curso que ensinou como elaborar projetos para a captaçao de recursos fazendo uso das leis de incentivo à cultura. "Mas outro fator importante é o fato de a comissao estar mais exigente agora", ressalta o secretário.

Segundo Moreira, o Fundo de Cultura tem por objetivo nao só viabilizar a produçao cultural andreense, mas criar algum tipo de informaçao que seja de interesse para a comunidade. Por isso, na hora de selecionar, a preferência é dada sempre a trabalhos que, de alguma forma, tenham Santo André como referência.

"Nao queremos fornecer a verba a trabalhos que o mercado já tem condiçoes de absorver, como um CD de um tipo de música que já é cotidianamente produzida. Desejamos algo que seja peculiar a nossa cultura", observa. O secretário também esclarece que a intençao do Fundo é apenas viabilizar projetos, e nao ser uma fonte de lucros ou de subsistência para os proponentes.

Por isso, os valores referentes a pagamento de pessoal costumam ser questionados com rigor. "Pode ocorrer, por exemplo, ser necessário contratar um diretor para uma peça de teatro, ou de um coordenador para um trabalho sem o qual o projeto nao pode ser realizado. Conforme o caso, nós aprovamos o gasto", diz Moreira.

Além desses cuidados, cada informaçao presente no orçamento é minuciosamente avaliada e checada. "Nós fazemos o levantamento para saber se os preços estao majorados ou nao", explica. O Fundo de Cultura também nao cobre a compra de material permanente, como aparelhos de som, luminárias e outros equipamentos. "Se for necessário, nós alugamos".

Na prática, isso significa que, mesmo que o projeto contenha um valor definido, o Fundo nao garantirá sua cobertura. Antes de o trabalho ser aprovado, o autor será chamado para discutir os valores com a comissao. Apesar das exigências, Moreira lembra que os produtores culturais nao devem se sentir desmotivados. "Ele pode nao obter lucro ao apresentar esse projeto pelo Fundo de Cultura, mas depois o trabalho ficará em suas maos. Ou seja, sua obra poderá ser levada a outros lugares. O Fundo também é um ótimo exercício para os produtores locais aprenderem a usufruir de outras leis de incentivo".

Para Moreira, um dos pontos positivos presente nesta ediçao é o fato de ter mais gente participando pela primeira vez. "O Fundo passou a ter uma penetraçao maior na comunidade andreense", comemora. O secretário também se mostra surpreendido com a inclusao de áreas que jamais apresentaram propostas, como a de arquitetura e design, que este ano conta com Maquetes no Grande ABC, de Regina Mazzocato.

O Fundo de Cultura, que permaneceu desativado durante seis anos, acumulou no período um total de R$ 350 mil. Desta soma, restam ainda cerca de R$ 240 mil, dos quais R$ 100 mil se destinam a ediçao atual. Sobre os R$ 140 mil que permanecerao em caixa, Moreira conclui: "Estamos em fase de mudança de gestao, portanto todos os projetos contemplados pelo Fundo terao de ser realizados até novembro". Além do prazo mais curto, vale lembrar que, em abril, a comunidade elegerá os três novos membros da comissao avaliadora, uma eleiçao que poderá resultar em critérios diferentes para a liberaçao do dinheiro.




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