Com vistas ao processo eleitoral de 2016, o vereador de Santo André Carlos Ferreira tenta saída amigável do PDT e obter a liberação para migrar ao PPS. A medida articulada pelo parlamentar, que assumiu o mandato em março – com a morte de Cosmo do Gás (PDT) – tem como alvo evitar ação da atual legenda na Justiça no sentido de reaver a cadeira no Legislativo. Isso porque a mudança política não entraria em uma das modalidades permitidas pela Lei de Fidelidade Partidária. A transferência teria como efeito de amarrar parceria com o ex-secretário de Cultura e pré-candidato ao Paço Raimundo Salles (PPS), com quem também atuou na campanha de 2012.

Ferreira era primeiro suplente da coligação PRB-PDT, substituiu Cosmo e cumpre o quinto mandato na Câmara. Ele enxerga com bons olhos a alteração de quadro para renovar o pleito. “De fato, estou em busca de chegar a um acordo por essa autorização (da sigla). Tenho muitos amigos no PDT, já conversei com algumas pessoas das executivas municipal e estadual. Por isso, acredito que essa situação (de acordo) seja possível”, alegou o parlamentar, que acumula passagens com cargo eletivo por PTB e PSB.

As principais lideranças da cúpula pedetista aguardam para verificar se vingará a fusão entre PSB e PPS – ambos tratam de lançar candidatura própria na cidade –, o que modificaria rumos no município. O PDT, por sua vez, ainda não definiu a alternativa que adotará no páreo. A tendência era apoiar o prefeito Carlos Grana (PT).

Ligado ao diretório paulista do PDT, o marqueteiro Tarcísio Tadeu reconheceu que há incompatibilidade política entre Ferreira e alguns integrantes da legenda, o que dificulta a permanência. Em contrapartida, o pedetista frisou que a sigla mira eventual consenso. “Sabemos que ele pretende sair, mas estamos tentando pacificar a situação, buscando unidade com a participação do vereador. Queremos que ele fique. Não vamos desistir nem jogar a toalha.”

Por outro lado, Salles se esquivou e evitou antecipar o processo ao justificar que o panorama “ainda não está sacramentado”. Tarcísio indicou que há simpatia da cúpula partidária para que o sindicalista Sivaldo Pereira, o Espirro, assuma a executiva local.