"Há de existir grande disposiçao de atender a pauta, o crédito está lá há dias mas é preciso observar os requisitos técnicos", afirmou. "Eles (os assentados) nao têm como obter dinheiro público sem isto." De acordo com o governo, os assentados têm que apresentar dois projetos vinculados, um de custeio e outro de investimento do plantio.
Segundo Jungamnn, a decisao de sair da fazenda foi uma "vitória do bom senso" e que o governo está disposto até mesmo a enviar diretores do Instituto Nacional de Colonizaçao e Reforma Agrária (Incra), neste sábado a Buritis (MG) para discutir a pauta de reivindicaçoes, cujo principal item é a liberaçao de crédito.
No início da tarde, o ministro ainda nao tinha conhecimento de qualquer reivindicaçao dos trabalhadores rurais para sair do acampamento. "A informaçao que recebi de assessores é de que eles decidiram sair", disse.
Ele afirmou que nao cederia qualquer meio de transporte, como foi pedido pelos sem-terra. "Cada um arque com seus atos; da mesma forma que eles assumiram a responsabilidade para ir lá, devem resolver de que forma vao sair."
Jungmann mandou um recado para os manifestantes. "Doravante o governo será bem mais enfático com relaçao a este tipo de provocaçao; é ver para crer", disse, sem entrar em detalhes. Ele fez questao de ressaltar que seu ministério continua "sendo do diálogo e da negociaçao". "Instituiçoes como a Presidência nao podem ser ameaçadas, isto é um limite."
Na opiniao do ministro, o MST está isolado, pois nao havia nenhum deputado do PT ou de outro partido de oposiçao. "O MST ficou absolutamente só e o episódio (da ameaça da fazenda) agrava a relaçao do movimento com a opiniao pública", avaliou. "Nunca vi a CNBB se posicionar desta forma contra um ato dos sem-terra", disse, referindo-se à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que condenou o acampamento na porta da fazenda do presidente.
O ministro disse também que será mantido o inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar as responsabilidades no saque ao caminhao que saía da fazenda, promovido pelos sem-terra na última quinta-feira. "Vamos identificar e punir; queremos de volta a carga e a puniçao de quem cometeu o crime", disse.
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