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A Edimburgo degradada já foi para a tela por Danny Boyle, Jon Baird e Rob Heydon
12/03/2018 | 06:55
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Bastariam os dois filmes que Danny Boyle adaptou de Irvine Welsh, Trainspotting - Sem Limite e T2 - Trainspotting, para colocar na tela a singular expressividade do universo do escritor escocês. Mas ainda tem Filth, Ecstasy, Dockers e The Acid House. Welsh deu seu testemunho vivo sobre a geração química. Sem Limite marcou época não apenas por abordar o tema, mas por procurar e ter encontrado a melhor forma de abordá-lo.

Desde meados dos anos 1940, com o alcoólatra de Farrapo Humano, de Billy Wilder, o cinema já buscava formas para espelhar/expressar a dependência.

Wilder foi expressionista, Boyle, mais surreal. Continuou sendo quando, 21 anos mais tarde, em T2, reuniu de novo aqueles amigos descompensados do submundo de Edimburgo - Renton, Sick Boy, Begbie, Bud. Com base na literatura, um cinema sem medo de ser sujo, sórdido, mas também patético, humano, divertido. A vida e as pessoas sem ilusões, como são - somos? Os demais filmes não repercutiram tanto, mas o discurso não muda.

Filth, de Jon S. Baird, com James McAvoy, é sobre um policial drogado, bipolar, viciado em sexo e violência, disposto a tudo para obter uma promoção, porque acredita que só assim poderá recuperar sua família. Ecstasy, de Rob Heydon, é sobre essa mulher tão insatisfeita com seu casamento de classe média que embarca numa ligação com um drogado, sem nunca se perguntar se eles passam a depender um do outro como ele já depende do ecstasy.

Life sucks, a vida fede. The Acid House, de Paul McGuigan, baseia-se em histórias curtas do escritor para mostrar que, no mundo degradado de Edimburgo - sempre! -, a única forma de sobreviver é sendo cruel. Não há espaço para a ternura. São três histórias e, na segunda, a mulher adúltera que já fez sexo com todos os convidados de seu casamento e os moradores do prédio geme na cama com o novo vizinho enquanto o marido cuida do filho no andar de baixo. O mais light talvez seja Dockers, de Bill Anderson, no qual Irvine Welsh tem o crédito de coautoria do roteiro, mas foi escrito por trabalhadores das docas de Liverpool, baseados nas próprias experiências.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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