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ELT inscreve para cursos gratuitos em Santo André
Por Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
12/01/2002 | 15:33
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Iniciação à Arte do Ator, Dramaturgia, Cenografia, Iluminação Cênica, Técnicas Circenses para o Ator e Estudos do Teatro Contemporâneo. A ELT (Escola Livre de Teatro), que tem o Teatro Conchita de Moares (praça Rui Barbosa, 12, Santo André. Tel.: 4996-2164) como sede, recebe inscrições para esses cursos, que são gratuitos, até 1º de fevereiro – a Prefeitura mantém a entidade. São 102 vagas. Fundada em 1990 por iniciativa do então diretor de Cultura de Santo André, Celso Frateschi, a ELT nasceu para suprir uma lacuna na cidade. “Havia uma necessidade de criar outro paradigma para os grupos amadores, que estavam estagnados”, afirma.

A pesquisadora Maria Thaís foi a primeira coordenadora da escola. De 1993 a 1996, com a troca da administração na Prefeitura, as atividades da ELT foram paralisadas. A retomada se deu em 1997, quando Frateschi reassumiu a Secretaria de Cultura e convocou a diretora Tiche Vianna para coordenar a escola.

Por serem livres os cursos, ou seja, não manterem vínculo com o Ministério da Educação, a ELT não fornece o registro profissional para os alunos. Para o coordenador da escola, Kil Abreu, isso evita “os ranços e as obrigações” do currículo oficial e “resguarda processos criativos”.

“A arte é o espaço da invenção. Antes da questão profissionalizante, a ELT oferece espaço para a vivência artística”, diz Abreu. Lucienne Guedes, que coordenou a escola em 1998 e 1999, e continua dando aulas, endossa: “A idéia não é simplesmente ensinar, mas levar inquietações artísticas para a ELT, e lá dividi-las. Para os professores, é menos um emprego e mais um projeto artístico”.

Partida, peça escrita por Luis Carlos Leite e dirigida por Solange Dias, está em cartaz no Centro Cultural São Paulo. O espetáculo foi concebido na escola, assim como o Teatro da Conspiração, grupo que ganhou asas e ensaia sua segunda montagem, Geração 80, com previsão de estréia em março. Para Abreu, essa é a prova de que “a carreira continua independentemente da ELT. O fôlego fica por conta do grupo”.

Além do “espírito colaborativo e compartilhamento da informação”, como diz Abreu, outra das características da escola é a integração entre os sete núcleos. “O dramaturgo sai da ELT conhecendo interpretação. É um curso para o palco, não para a gaveta”, afirma Sérgio Pires, autor (e ator) de Esta Noite Ouvirei Chopin, que fez temporada no Centro Cultural São Paulo, em 2001.

Aproximadamente dois entre três alunos do curso de formação do ator, que tem a duração de três anos, desistem. “Há uma idealização. Alguns chegam impregnados pela idéia de que irão da ELT direto para a TV. Mas essa não é a realidade do mercado, nem a nossa perspectiva”, diz Abreu.




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