"Não podemos fazer nada. Precisamos de abrigos, de água e alimentos", disse Dieudonné Amoly, 17 anos, diante do que restou de sua casa. A via principal do centro da cidade está coberta de lava, fumegante em alguns trechos, onde os escombros continuam queimando.
Pertubados pela fumaça e pelos gases nocivos, os moradores andam sobre a lava endurecida com os olhos vermelhos e tentam se proteger colocando panos no nariz e na boca.
À noite, foram registrados tremores tanto em Goma quanto em Gisenyi, cidade de Ruanda onde se refugiaram de imediato cerca de 300 mil pessoas em fuga da erupção. A terra tremia a cada 30 segundos, somando novas preocupações em Gisenyi, cidade para a qual se dirige outro rio de lava. Não se pode dizer se este será parado ou ficará bloqueado pelas colinas que cercam a região.
Milhares de pessoas passaram a noite ao relento, nas alturas de Gisenyi, para se proteger de uma eventual queda de lava, formando a imagem de uma maré humana.
Ruanda fez neste sábado um apelo à comunidade internacional para que forneça ajuda humanitária urgentemente a cerca de 500 mil desabrigados congoleses, que fugiram para Ruanda depois da erupção do vulcão Nyiragongo ao Leste da República Democrática do Congo (RDC).
Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores, André Bumaya, apresentou a situação aos chefes das missões diplomáticas e às autoridades das agências internacionais não-governamentais às quais se solicitou ajuda. As autoridades de Ruanda declararam que abrirão acampamentos para receber refugiados, segundo a rádio.
A erupção do vulcão Nyiragongo - a primeira desde 1977, quando morreram duas mil pessoas - enterrou boa parte de Goma. O vulcão entrou em atividade na quinta-feira, lançando rios de lava em direção a Goma. A cidade de Gisenyi, em Ruanda, na fronteira com Goma, continua ameaçada pelo fênomeno.
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