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População começa a voltar a cidade destruída pela lava
Por Das Agências
19/01/2002 | 16:54
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Milhares de congoleses que fugiram durante a erupção do vulcão Nyiragongo voltaram neste sábado a Goma (Leste da República Democrática do Congo, RDC) para encontrar uma cidade devastada e sem água, dividida em duas por um rio de lava fumegante.

"Não podemos fazer nada. Precisamos de abrigos, de água e alimentos", disse Dieudonné Amoly, 17 anos, diante do que restou de sua casa. A via principal do centro da cidade está coberta de lava, fumegante em alguns trechos, onde os escombros continuam queimando.

Pertubados pela fumaça e pelos gases nocivos, os moradores andam sobre a lava endurecida com os olhos vermelhos e tentam se proteger colocando panos no nariz e na boca.

À noite, foram registrados tremores tanto em Goma quanto em Gisenyi, cidade de Ruanda onde se refugiaram de imediato cerca de 300 mil pessoas em fuga da erupção. A terra tremia a cada 30 segundos, somando novas preocupações em Gisenyi, cidade para a qual se dirige outro rio de lava. Não se pode dizer se este será parado ou ficará bloqueado pelas colinas que cercam a região.

Milhares de pessoas passaram a noite ao relento, nas alturas de Gisenyi, para se proteger de uma eventual queda de lava, formando a imagem de uma maré humana.

Ruanda fez neste sábado um apelo à comunidade internacional para que forneça ajuda humanitária urgentemente a cerca de 500 mil desabrigados congoleses, que fugiram para Ruanda depois da erupção do vulcão Nyiragongo ao Leste da República Democrática do Congo (RDC).

Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores, André Bumaya, apresentou a situação aos chefes das missões diplomáticas e às autoridades das agências internacionais não-governamentais às quais se solicitou ajuda. As autoridades de Ruanda declararam que abrirão acampamentos para receber refugiados, segundo a rádio.

A erupção do vulcão Nyiragongo - a primeira desde 1977, quando morreram duas mil pessoas - enterrou boa parte de Goma. O vulcão entrou em atividade na quinta-feira, lançando rios de lava em direção a Goma. A cidade de Gisenyi, em Ruanda, na fronteira com Goma, continua ameaçada pelo fênomeno.




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