Automóveis Titulo
Rumo ao crescimento sustentado
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
21/04/2010 | 07:00
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Com crescimento de 12,7% na primeira quinzena de abril, a indústria automobilística ruma para bater facilmente a marca de 3,4 milhões de veículos neste ano. A vigorosa projeção pode ainda ser revisada para cima pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) se as vendas continuarem surpreendentemente altas.

Quando o mercado contava com estabilização, o pico de vendas na primeira quinzena de abril mostra que o País está no caminho correto do crescimento sustentável - condição necessária para manutenção dos investimentos e contínua expansão da atividade.

O Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) contabilizou 144.580 unidades emplacadas nos primeiros dez dias úteis do mês. Nesse mesmo período, as vendas alcançaram 128.278 veículos em março - até então histórico recorde de vendas.

Analistas relacionam o aumento à manutenção de descontos por parte da maioria das montadoras, mesmo após o fim do redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). No entanto, o ímpeto deve diminuir na segunda quinzena, quando estoques com descontos devem acabar.

O presidente da General Motors, Jaime Ardila, projeta vendas de 270 mil unidades em abril - março fechou com 353.796 emplacamentos. Em geral, este é o número que a indústria considera satisfatório depois do recorde histórico de março.

Mesmo com o esperado arrefecimento, a marca de 1 milhão de veículos alcançada já nesta semana demonstra a robustez do mercado nacional - apoiado, principalmente, na disponibilidade de crédito e na confiança do consumidor.

Levantamento realizado pela consultoria Roland Berger e apresentado em seminário do Sindipeças (entidade que reúne empresas de autopeças), revela que o Brasil tem potencial para vender 6 milhões de unidades por ano em 2015.

Para isso, o País deverá atrair investimentos de US$ 19 bilhões para ampliação de fábricas, compra de equipamentos, inovações tecnológicas e lançamento de produtos, entre outras ações em toda a cadeia.

Segundo o estudo, o País corre o risco de sofrer invasão de importados se não se preparar para o crescimento. Já neste ano, existe a possibilidade de o País receber 1 milhão de carros importados.

Em 2010, a produção interna deverá ficar em 3,185 milhões - dos quais 530 mil serão exportados. "O Brasil tem de estar preparado para atender à grande demanda que virá, além de também exportar parte de sua produção", afirmou o presidente da Anfavea, Jackson Schneider. "Os investimentos vão garantir o atendimento tanto do mercado interno quanto do externo."

Segundo a Roland Berger, o mercado brasileiro, que há dez anos saiu do décimo lugar, devendo chegar neste ano como o quarto maior do mundo, tem como desafios a infraestrutura, altos impostos, burocracia e o custo-Brasil.




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