A MRS Logística - concessionária que administra a malha ferroviária de cargas que corta cinco cidades do Grande ABC - anunciou investimentos de R$ 650 milhões em infra-estrutura para o próximo ano. Os recursos previstos serão destinados a duas ações estratégicas no setor de tecnologia de logística da companhia para a otimização de resultados.

Em fase final de licitação, a primeira é um novo sistema de telecomunicações e sinalização das linhas. A segunda é a implementação do projeto de correia transportadora, que ligará Paranapiacaba, em Santo André, à Cosipa, em Santos. A obra desafogará o transporte de minério sobre trilhos, responsável hoje por 60% das operações da MRS, abrindo oportunidades em outros setores.

Ao longo dos próximos cinco anos, a empresa pretende investir R$ 2,5 bilhões, adquirindo 5,5 mil novos vagões e 150 locomotivas. Em 2005, a companhia destinou R$ 500 milhões para compra de 70 novos vagões, 31 locomotivas e investimentos em tecnologia para a manutenção das linhas da malha ferroviária.

Cursos - Para aprimorar a capacitação dos profissionais da empresa, a concessionária vai aplicar R$ 50 milhões na Academia MRS, que promove cursos no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A escola é uma parceria entre Senai (Serviço Nacional da Indústria), Fundação Dom Cabral e IME (Instituto Militar de Engenharia), e prepara mão-de-obra qualificada por meio de treinamentos para diversos profissionais, oferecendo cursos tanto para maquinistas quanto para gestores com pós-graduação.

Segundo o presidente da MRS Logística, Julio Fontana Neto, os recursos aplicados neste ano implicaram em aumento efetivo da produtividade. "Estamos cumprindo de forma disciplinada o cronograma de investimentos. Batemos recordes de produção em todos os meses. Tivemos ganho enorme na produção." Em 2005, a companhia estima crescer 13% ao transportar 110 milhões de toneladas contra 94 milhões em 2004.

Atualmente, a atenção da MRS Logística está voltada para a cotação do dólar, desvalorizado em relação ao real, por conta das exportações. "Captamos sinais preocupantes. Temos contratos com o setor do agronegócio, que indica redução da área plantada. Não há mais margens de lucro para trabalhar. A indústria automobilística também não consegue fechar novos contratos de exportação", reclama Fontana.