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Crédito fica facilitado para pequenas empresas
Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
06/11/2005 | 08:23
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Os repasses do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para as MPEs (Micro e Pequenas Empresas) atingiram a soma de R$ 6 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, mas a expectativa é que encerrem 2005 acima dos R$ 9,5 bilhões liberados em 2004. Em 2003, a instituição repassou R$ 7,4 bilhões às micro e pequenas, verba que também incluiu parcela destinada a pessoas físicas – por meio do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar).

O montante destinado aos financiamentos às MPEs, que cresce progressivamente nos últimos anos, ajuda a derrubar o tabu de que conseguir empréstimo junto aos bancos oficiais é missão quase impossível. De acordo com consultores da área, as empresas podem vencer os entraves burocráticos por meio dos cerca de 100 agentes financeiros espalhados por todo o país, autorizados pelo BNDES para a concessão dos empréstimos.

Para se credenciar, basta elaborar plano de negócios e montar cronograma detalhado do projeto para o qual são solicitados os recursos (ver quadro nesta página). Segundo o BNDES, após análise e aprovação, o dinheiro chega aos microempresários em até 60 dias.

“Atualmente, não é tão difícil conseguir o financiamento. De dez anos para cá, tivemos uma grande evolução no método de abordagem e existem instrumentos mais compatíveis de avaliação de crédito das micro e pequenas empresas”, afirma Luiz Ricardo Grecco, analista da unidade de Apoio Financeiro do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), entidade que faz gratuitamente um trabalho de conscientização para empresas e empresários sobre a qualificação necessária à concessão do crédito.

Para obter a aprovação de um projeto, o micro e pequeno empresário deve elaborar um projeto de investimento para os agentes financeiros do BNDES. O plano de negócios tem de incluir desde informações sobre a empresa, como caracterização, capital social, situação econômico-financeira (geralmente balanços patrimoniais dos últimos exercícios, investimentos fixos anuais e previstos para os próximos anos, relação dos devedores e dívidas existentes), além da produção e receita atuais.

Além disso, o empresário deverá informar as principais características do projeto, capacidade de produção projetada, a adequação da estrutura organizacional à escala de produção, informações do processo produtivo e da estrutura administrativo-organizacional.

Entre os itens que devem constar e que constituem os principais entraves à obtenção do financiamento estão informações sobre capacidade de pagamento e as garantias oferecidas. “Os bancos querem um projeto de viabilidade financeira. Se as instituições detectarem algum risco, vetarão o repasse”, diz Grecco.

Milton Dallari, diretor da Decisão Consultoria, orienta o microempresário realizar uma pesquisa sobre a linha de financiamento que pretende solicitar. “Outro ponto importante é dar entrada no processo em um agente financeiro com o qual tenha maior familiaridade. Atualmente, o processo está muito mais fácil, e o mais importante é estar com a empresa organizada”, diz.

Pesquisa – Apesar de haver maior facilidade e aproximação do BNDES para a concessão de financiamentos, profissionais consultados pelo Diário destacam que a maioria das MPEs paulistas é avessa à tomada de empréstimos junto aos bancos. Em pesquisa realizada pelo Sebrae-SP no ano passado, foi constatado que 61% das MPEs nunca recorreram aos financiamentos bancários. O índice é maior entre as microempresas (63%) e menor entre as de pequeno porte (46%).

A pesquisa detectou que as formas de financiamento mais comuns no universo das micro e pequenas de São Paulo são o pagamento de fornecedores a prazo (66%), o uso do cheque pré-datado (45%) e do cheque especial ou cartão de crédito (29%).




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