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Bancários param 80% das agências
Por Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
29/09/2005 | 08:22
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Cerca de 80% das 300 agências bancárias do Grande ABC aderiram quarta-feira à paralisação de 24 horas da categoria, que está em campanha salarial. A avaliação é do Sindicato dos Bancários do ABC. O objetivo é pressionar a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) que ofereceu 4% de reajuste salarial aos bancários – os trabalhadores pedem 11,77%. Nesta quinta-feira, o atendimento nos bancos estará normalizado.

Segundo a CNB (Confederação Nacional dos Bancários), no país, a paralisação de alerta atingiu 19 Estados e o Distrito Federal. Os Estados do Acre, Alagoas, Maranhão e Mato Grosso do Sul decidiram não fazer a greve de advertência. No próximo sábado, os bancários realizam encontro nacional e decidem se cruzarão os braços por tempo indeterminado a partir do próximo dia 6, caso até essa data não cheguem a um acordo sobre o reajuste salarial.

A Fenaban informou quarta-feira que espera uma contraproposta da CNB. A instituição ofereceu no último dia 20 reajuste de 4% sobre os salários de agosto, abono único de R$ 1 mil e PLR de 80% de salário, mais o valor fixo de R$ 733.

"Não existe contraproposta de nossa parte, e a Fenaban já recebeu a recusa oficial dos bancários há mais de uma semana. Eles é que têm de fazer uma oferta séria para a categoria. Caso contrário, já podem ficar aguardando pela nossa greve a partir do dia 6", afirma Vagner Freitas, presidente da CNB. Entre as reivindicações dos bancários estão reajuste de 11,77%, 14º salário e PLR de um salário mais R$ 788 fixos, mais 5% do lucro líquido do banco.

Quarta-feira, a reportagem do Diário percorreu as agências localizadas nas regiões centrais de São Bernardo e Santo André, que se encontravam fechadas. A exceção ficou por conta de três unidades do Unibanco na rua Senador Fláquer, em Santo André, abertas devido a uma liminar (decisão provisória) concedida pela 4ªVara Cível do município. A Polícia Militar foi chamada para garantir a entrada dos funcionários.

Duas agências do Bradesco também foram abertas por decisões judiciais. "Apesar dessas liminares, a paralisação foi pacífica, não houve confusão e nenhum problema de quebra-quebra", disse Ageu Ribeiro, diretor de imprensa do Sindicato dos Bancários do ABC.

Em quase todas as unidades, um representante do sindicato orientava os clientes sobre a greve. Em Santo André, alguns trabalhadores chegaram a ficar na frente de agências concorrentes para coibir a entrada dos funcionários. "Não estamos na porta de nossa agência e sim na de outro banco porque estamos sendo pressionados pela gerência para trabalhar", protestava quarta-feira uma bancária, que não quis se identificar.

As opiniões estavam divididas entre os clientes que tentaram quarta-feira atendimento nas unidades na região. Joaquim dos Santos Aguiar, que esteve na agência do Banespa em São Bernardo, ficou surpreso com a greve. "Não sabia da paralisação e vim retirar um cheque devolvido. Acredito que os funcionários têm o direito de se manifestar, já que os bancos obtêm lucros exorbitantes", diz. Já Josefina de Oliveira Salvador, que queria pagar uma conta atrasada de IPTU, criticou os grevistas. "A gente sai de casa e perde tempo. Não acho justo que o povo sempre pague."




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