A Prefeitura de São Caetano apresentará aos pais dos cerca de 20 mil estudantes da rede municipal parceria firmada com o Instituto Central de Neurociências da USP (Universidade de São Paulo) no dia 2. O acordo prevê o encaminhamento dos alunos com dificuldade de aprendizagem para acompanhamento nos serviços oferecidos pela universidade.

 De acordo com a secretária de Educação do município, Ivone Braido Voltarelli, o evento, que será realizado no Teatro Paulo Machado de Carvalho, pretende esclarecer aos pais como funcionará a parceria, que não trará custos para o município. “O projeto está estruturado e, nessa reunião, vamos distribuir questionário detalhado aos pais”, comenta.

 Segundo a secretária, os responsáveis pelos estudantes terão 15 dias para preencher as fichas, que pedem informações sobre a rotina e o comportamento das crianças em casa. “A ideia é investigar a vida do aluno para que possamos traçar panorama e saber qual o melhor encaminhamento para cada caso”, explica.

 A parceria, que começou a ser discutida ainda em 2013, também prevê formação dos gestores e educadores pelos profissionais da USP para que saibam tanto identificar estudantes com dificuldades de aprendizado quanto a forma de agir em cada uma das situações. “Na inclusão temos acompanhamentos individualizados, porque é preciso olhar diferenciado e planejamento exclusivo para essas crianças”, ressalta Ivone.

 A ideia é que os estudantes recebam o tratamento necessário no contraturno escolar. De acordo com Ivone, os casos de transtornos mais graves serão encaminhados para o Hospital de Clínicas, da instituição estadual de ensino.

 Atualmente, 345 crianças da rede de São Caetano são atendidas no contraturno escolar na Fundação Municipal Anne Sullivan e demais serviços especializados, segundo a secretária.

 São consideradas deficiências de aprendizagem problemas como TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade), discalculia (dificuldade com contas) e dislexia (dificuldade na área da leitura, escrita e soletração). O estudante com distúrbio de aprendizado pode apresentar desde queda do rendimento escolar até quadros de fobia, ansiedade, depressão e doenças psiquiátricas. No Brasil, menos de 1% dos casos é diagnosticado.