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Atuação de presidente desagrada Câmara de Santo André
Por Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
09/05/2010 | 07:09
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O desempenho de Sargento Juliano (PMDB) à frente da Câmara de Santo André vem desagradando alguns vereadores. A situação ficou explícita durante a sessão de quinta-feira quando o peemedebista e o vereador Alemão do Cruzado (PSL) iniciaram bate-boca em decorrência do longo período gasto com debates improdutivos. Segundo o liberal-social, que em seguida desculpou-se na tribuna, caberia a Juliano melhorar o ritmo das sessões.

"Não tenho nada com isso. O meu papel como presidente é o de apaziguar as situações criadas pelos vereadores, e não me envolver nelas", defende-se Juliano.

A discussão iniciada por Alemão do Cruzado expôs o descontentamento de outros vereadores com o presidente do Legislativo. "Falta pouco mais de pulso firme para ele conduzir os trabalhos", opina José Montoro Filho, o Montorinho (PT), presidente da Casa no biênio 2007-2008.

O líder petista na Câmara faz referência à demora para o início das sessões (marcadas para as 15h de terças e quintas-feiras, mas que geralmente começam próximo das 16h) e às interrupções dos trabalhos, que deveriam perdurar 30 minutos e que, muitas vezes, ultrapassam duas horas. "O presidente não gosta de ser durão, mas tem hora que precisa ser. A função que ele exerce lhe confere autonomia para ser rígido", avalia Montorinho, ao ressaltar que Juliano "é amigo de todos".

Gilberto Wachtler, o Gilberto do Primavera (PTB), já havia cobrado posicionamento mais firme de Juliano com relação à suspensão das sessões, em matéria publicada pelo Diário em 25 de abril. Há também quem critique a postura do peemedebista à boca-pequena, esquivando-se de conceder declarações oficiais.

Por outro lado, há o grupo que faz o mea culpa e minimiza a responsabilidade do presidente na questão. "A culpa pelas sessões improdutivas é de todos nós", avalia Ailton Lima (PDT), candidato derrotado por Juliano à presidência da Casa, em 2009. Donizeti Pereira (PV) segue a linha de raciocínio do pedetista. "É preciso que todos se conscientizem e contribuam para o bom andamento dos trabalhos."

Líder do PSDB, Paulinho Serra vai além. "Falta um choque de gestão que inclua a Câmara como um todo e dê celeridade às discussões", aponta. Para tanto, Juliano comanda o debate sobre alterações no regimento interno, principalmente sobre as explicações pessoais e o artigo 94, que dispõe sobre o uso da palavra para tratar de assunto que, por sua relevância e urgência, interesse ao conhecimento da Câmara.
"Este artigo foi banalizado. Independentemente de o assunto ser relevante ou não, os vereadores o invocam e, consequentemente, travam as sessões", critica Juliano.

Para dar mais dinamismo às plenárias, há duas semanas os vereadores votaram alterações nos artigos 107 e 169 do regimento interno. Com a nova redação, cada vereador passa a utilizar a tribuna por, no máximo, cinco minutos durante o pequeno expediente, 20 minutos a menos do que no antigo disposto. A mudança baniu também os apartes (interrupções na oratória feita pelos colegas).




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