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Martinho da Vila em paz na roda de bambas

Animada roda de samba, que será exibida pelo Canal Brasil em janeiro, teve participações especiais

Por Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
03/12/2008 | 07:00
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Em clima de intimidade com a platéia do Teatro Fecap, em São Paulo, o cantor e compositor Martinho da Vila relembrou momentos marcantes de sua trajetória e celebrou 70 anos de vida no show O Pequeno Burguês. Realizada em dezembro de 2007, em parceria com o Canal Brasil, a apresentação ganhou registros em CD (MZA Music, R$ 22 em média) e DVD (R$ 30 em média) homônimos ao espetáculo.

Também chegou às lojas, em edição limitada, uma caixa com o vídeo e o disco (R$ 40 em média). Cercado por bambas de fina estirpe, Martinho contou histórias saborosas, intercaladas por sucessos como Jaguatirica, Meu País e Vou Viajar.

A animada roda de samba, que será exibida pela emissora em 25 de janeiro de 2009, às 21h, contou com as participações especiais do jovem e virtuoso violonista Gabriel de Aquino, 17 anos, e do veterano Mané do Cavaco.

Carreira - No DVD, Martinho falou sobre a infância pobre no município fluminense de Duas Barras e os antigos Carnavais da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, agremiação em que atuou como compositor nos anos 1960. Relembrou ainda o início da carreira profissional, em São Paulo, em 1967, quando tornou-se conhecido pelo grande público com a música Menina Moça, inscrita no 3º Festival da Record.

Entre uma canção e outra, bebericou um destilado que chamou de ‘groselha'. "Foi emocionante para todo mundo. Enquanto falava, lembrava de muitas coisas. A platéia também se envolveu", afirma Martinho, que nunca pensou em ganhar a vida nos palcos.

"As coisas foram acontecendo naturalmente. Quando comecei, cantor era quem tinha voz muito potente, então, como sou devagar, nem pensava nisso", conta o artista, com seu característico bom humor.

Ele revelou que teve de ouvir críticas da mãe, a camponesa Tereza de Jesus, na época em que Casa de Bamba começou a tocar nas rádios. A letra retrata o cotidiano de uma família que não dispensa uma festa regada a bebida e animada pelos ritmos dos tamborins.

"Essa música é uma mentira. Como é que você fala que aqui todo mundo bebe, xinga e faz macumba?", disse Tereza ao filho.

Futuro - Martinho garante que não se preocupa com a passagem do tempo. "Nunca fui de correr muito, porque cansa. Não penso em coisas futuras e não tenho medo da morte. Aos 70 anos, já estou no lucro", brinca o artista.

Ele dá a receita para a longevidade e o bem-estar na terceira idade. "Encarar tudo com naturalidade, fazer o máximo possível para não se aborrecer e, principalmente, não aborrecer os outros. Quando aborreço o outro, meu organismo é que sente", explicou.




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