Esportes Titulo Racismo
STJD vai apurar caso de racismo contra Felipe em Caxias do Sul
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14/11/2008 | 07:00
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O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) promete investigar a denúncia do goleiro Felipe de que sofreu insultos racistas de torcedores do Juventude na vitória corintiana por 2 a 1, na quarta-feira, em Caxias do Sul. O procurador-geral Paulo Schmitt admitiu que são necessárias provas contundentes, como imagem ou áudio, mas que o fato é grave. Na situação mais drástica, o clube gaúcho pode até ser excluído da competição e rebaixado para a Série C, se for reincidente.

Até o momento não há imagens, apenas a palavra de Felipe. O Juventude procura cenas em câmeras de vigilância para se defender. A diretoria do Corinthians isentou o rival e não vai encaminhar reclamação formal à CBF ou ao STJD.

O artigo 213 do CBJD, que trata da responsabilidade dos clube mandantes, tem um parágrafo que cita o racismo. Se comprovado, o anfitrião pode ser multado em até R$ 200 mil, perder mando de campo, pontos e em caso de reincidência ser excluído do torneio no qual ocorreu a agressão verbal.

"Mas é preciso ter certeza de que o clube foi conivente. Se é um só torcedor e este for identificado, ele responderá judicialmente", explicou Schmitt. O crime de racismo é inafiançável e prevê até três anos de prisão.

Felipe falou do assunto quinta-feira. "Você sempre ouve alguma coisa em jogos, mas como em Caxias nunca tinha sido xingado. Foi ‘preto safado' o tempo todo. Já tinham me avisado que a cidade é complicada. Mas é só ver a arquibancada: não tinha um negão..."

O goleiro já viveu um problema de racismo na carreira. Em 2005, ele acusou o então presidente do Vitória, seu time na época, de ofendê-lo. O clube baiano foi rebaixado e o arqueiro foi considerado por Carneiro o principal culpado. Felipe processa Carneiro.

Gaúcho como os torcedores que ofenderam Felipe, Mano Menezes não acha que é um problema de Estado x Estado, como foi levantado por alguns críticos. "Gosto de separar umas pessoas das outras. Essas que discriminaram profissionais de cor negra são minoria. Se escondem no anonimato porque sabem que as penas são brandas", disse.




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