O ano de 2008 iniciou com alta nos juros para o consumidor. A taxa média das operações de crédito para pessoa física aumentou 0,05 ponto percentual em janeiro na comparação com dezembro de 2007, e passou de 7,18% ao mês para 7,23% ao mês. Os dados foram divulgados ontem pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

O resultado de dezembro havia sido o melhor desde 1995, quando a pesquisa passou a ser elaborada. Em janeiro, entretanto, os juros voltaram a subir, exceto as taxas praticadas pelos cartões de crédito, que continuaram no patamar médio de 10,34% ao mês, as maiores do mercado.

A maior alta foi de 1,71%, observada no crédito direto ao consumidor dos bancos, onde as taxas subiram de 2,92% para 2,97% ao mês. No empréstimo pessoal nos bancos, a alta nos juros foi de 5,21% para 5,26% ao mês.

Nas financeiras, os juros mensais do empréstimo pessoal aumentaram de 11,07% para 11,14%.

Segundo o vice-presidente da entidade, Miguel de Oliveira, a elevação não foi surpresa, uma vez que já se esperava a variação positiva das taxas por conta das alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) dos bancos.

“A sinalização do Banco Central em relação à manutenção da Selic (a taxa básica de juros) em 11,25% foi outro sinal”, disse.

No entanto, Oliveira acredita que a tendência é de continuidade do aumento do crédito em 2008, apesar de o cenário não ser tão otimista como no ano passado, período em que Selic caiu 1,5 ponto percentual. “Como o Brasil está estabilizado economicamente, o nível de emprego deve continuar em alta e o consumo também. Por causa da estabilidade nacional, a crise norte-americana não deve impactar tanto no País.”