Incomodado com a imposição do PR de fazer oposição ao governo Lauro Michels (PV), o vereador Talabi Fahel (PR) afirmou que continuará aprovando os projetos que julgar "para o bem de Diadema". "Não vou ser contra a população."

O isolamento de Talabi no partido ficou escancarado na eleição para a presidência da Câmara, no dia 1º de janeiro. O republicano ameaçou lançar candidatura própria com apoio de vereadores aliados de Lauro, a despeito de sua sigla ter fechado com o projeto do petista Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. Pressionado por dirigentes republicanos, Talabi recuou, porém não votou em Maninho na escolha interna.

"Claro que tem coisa que me incomoda (dentro da legenda), mas não quero criar mal-estar. Sei que não cheguei sozinho (ao Legislativo), foi fruto do grupo de PR e PPS (que formaram a coligação proporcional na eleição de outubro). Só acho que há pessoas que precisam ceder em algumas opiniões", afirmou o vereador, sem revelar nomes. Ele garantiu que não sairá da legenda.

Há duas semanas, quando o PR oficializou ingresso no bloco de oposição à gestão de Lauro, Talabi adotou postura retraída na sessão. Fez breve discurso no plenário e estava visivelmente constrangido durante a votação para a formação das comissões permanentes da Casa.

Dias antes da definição dos setores administrativos da Câmara, Talabi foi enquadrado pela sigla em reunião convocada por dirigentes republicanos. O presidente do PR municipal, José Carlos Gonçalves, exigiu que o vereador mantivesse postura oposicionista no Legislativo, seguindo regra estabelecida por toda executiva do partido.

"Não encarei o pedido do presidente como enquadramento. Só deixei clara a minha posição sobre a votação dos projetos", afirmou Talabi. "Vou cumprir meu papel de fiscalizador, como fiz no outro mandato", emendou o republicano, que em 2008 foi eleito pelo PSC.

Além de Talabi, o PR elegeu três parlamentares: Reinaldo Meira, Luiz Paulo Salgado e José Zito da Silva, o Zezito. O partido ingressou na coligação de apoio ao ex-prefeito Mário Reali (PT) na eleição de outubro.