Política Titulo Desde 1998
‘Meu mandato será de 4 anos’, diz Marina Silva

Para candidata do PSB, fim de reeleição ajudará na renovação política; ela evita falar em saída da Rede

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/08/2014 | 07:09
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Orlando Filho/DGABC


Candidata à Presidência da República pelo PSB, a ex-senadora Marina Silva assumiu ontem compromisso de, se eleita, dar fim à reeleição para o cargo máximo do Palácio do Planalto, em vigor no sistema eleitoral desde 1998. Para a socialista, a proposta visa ajudar na renovação da política ao provocar alternância de poder. “Meu mandato será de apenas quatro anos. Tenho certeza que isso vai ser bom para o PSB, à sociedade e, inclusive, àqueles que não nos compreendem neste momento.”

Para colocar em prática o discurso, Marina precisaria formalizar PEC (Proposta de Emenda à Constituição) e enviar o texto para crivo do Congresso Nacional. À época da aprovação, a medida se efetivou durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Assumo publicamente esse compromisso para que o Brasil comece a estabelecer lógica de orientar a sua ação não com base naquilo que é preciso fazer para se reeleger. Precisa mostrar que interesse maior não é de nos perpetuarmos no poder.”

A ex-senadora estabeleceu a agenda em evento, realizado em seu comitê de São Paulo, com a coordenação de campanha e ao lado de lideranças dos partidos coligados e de seu vice, Beto Albuquerque (PSB). Segundo Marina, a iniciativa serviria para implantar “nova governança”. “O partido que estiver no poder, independentemente de quem seja, leve em conta essas prioridades. Quem vai para o Ministério de Minas e Energia tem de entender de energia, de Educação da Educação. Chega de ter ministros anônimos em função dessa velha política que cada um quer pedaço do Estado para chamar de seu.”

A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula se esquivou ao ser questionada sobre eventual acordo por sua permanência no PSB – ela se filiou na sigla socialista quando o registro da Rede Sustentabilidade, da qual é idealizadora, sofreu rejeição na Justiça Eleitoral. “O PSB teve gesto altamente democrático quando nos acolheu. Nesse momento, o PSB passa por momento difícil na perda de seu líder maior (Eduardo Campos, morto em acidente aéreo). A Rede tem atitude de dar ao PSB o mesmo acolhimento.”

Nova coordenadora da empreitada socialista, a deputada federal Luiza Erundina (PSB) frisou que “é precoce” falar hoje em relação à possível saída de Marina. “Quando se juntam forças políticas em projeto comum o que unifica não é necessariamente a definição de que partido será protagonista deste processo. Isso faz parte da inovação”, disse ela, ao acrescentar que a ideia é renovar métodos, procedimentos e a política como um todo. “A Rede ainda não foi institucionalizada como partido político. O outro (PSB) tem quase 70 anos de existência. Isso coloca elementos desafiadores.”




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