Na obscuridade começou ontem o Mundial de Handebol Feminino, disputado pela primeira vez no Brasil. E as anfitriãs mostraram força ao derrotar a modesta equipe de Cuba por 37 a 21, no remodelado Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, para cerca de 1.000 torcedores. São Bernardo, Santos e Barueri, as outras sedes da competição, recebem jogos a partir de hoje.

Eram evidentes os sinais de improviso no Ibirapuera que, assim como as outras sedes, não previa receber competição tão importante - os jogos seriam em Santa Catarina, mas em maio, por conflitos políticos, a Confederação Brasileira foi obrigada a transferir o torneio para São Paulo.

Para que a imagem ficasse limpa, todo o aparato montado pela alemã UFA, dona dos direitos de transmissão para Europa, ficou do lado oposto das câmeras. Jornalistas de várias partes do mundo se ajeitaram em arquibancadas tubulares e a quadra, por não ter as dimensões oficiais (20 m x 40 m) precisou ser elevada em 1,6 m do chão.

Nas arquibancadas, os brasileiros tentavam acompanhar o ritmo frenético do handebol. Para facilitar, a organização optou por tática comum nas competições jogadas na areia, contratando animadores e líderes de torcida, que puxavam o coro a cada bola na rede de Cuba. E deu certo. Apesar da evidente superioridade brasileira, o público incentivou as jogadoras até o fim.

 "Cumprimos nossa meta, que era estrear com vitória diante de Cuba. Agora temos de descansar e nos preparar para um jogo muito mais complicado contra o Japão, time mais experiente e que vai dar trabalho", comentou a armadora Maria Eduarda, a Duda, eleita a melhor em quadra. "Um jogo de cada vez construiremos uma ótima campanha", recomendou.

O Brasil integra o Grupo C da competição e volta a quadra na segunda-feira, quando enfrenta o Japão, às 19h45, novamente no Ginásio do Ibirapuera. Romênia, França e Tunísia completam a chave. Os quatro primeiros colocados avançam às oitavas de final.

Jogadoras comemoram reencontro com torcida

A saída de quadra das jogadoras do Brasil após a vitória sobre Cuba foi apoteótica. Os torcedores mais fanáticos se aglomeraram no alambrado na expectativa de conseguir autógrafos ou a camisa das atletas.

Esse carinho comoveu as jogadoras, que fizeram questão de agradecer o apoio, mesmo em número menor do que o esperado.

"Nós jogamos há muito tempo na Europa e nunca temos esse contato bem de perto com a torcida. Foi maravilhoso. É gratificante receber esse carinho, esse apoio e isso, com certeza, nos incentiva a jogar ainda melhor", comentou a capitã do Brasil, a ala Alê, que fez o primeiro gol da competição.

CUBA - Além da inferioridade técnica, as cubanas tiveram outro problema a superar diante do Brasil. O voo que trouxe a equipe ao Brasil atrasou, e o grupo chegou na véspera da partida. "Foi um contratempo que atrapalhou, mas não adianta lamentar. Temos de correr contra o tempo", avaliou o técnico Lorenzo Verdecia.

Três jogos agitam primeira rodada em São Bernardo

O Ginásio Poliesportivo de São Bernardo recebe hoje sua primeira rodada do Mundial Feminino de Handebol. Às 13h, a seleção da Suécia abre o Grupo D e encara a Argentina, tradicionais rival brasileira. Em seguida, duelam Dinamarca, quinta colocada no último Mundial, contra o Uruguai, em jogo marcada para as 15h15. Fechando a rodada, ocorre o confronto entre Croácia x Costa do Marfim, às 17h30.

O Grupo A, que tem sede na Arena Santos, no Litoral, também terá três confrontos hoje: a Alemanha x Montenegro (14h30), China x Noruega (17h15) e Islândia x Angola (19h30).

Pelo Grupo B, que tem sede em Barueri, as partidas também começam a ser realizadas hoje. Na primeira rodada jogam: Cazaquistão x Austrália (15h45), Rússia x Coréia do Sul (18h) e Holanda x Espanha (20h15, com transmissão do Esporte Interativo - Canal 36 UHF).