Depois de passar os poucos mais de dez meses de seu primeiro ano de gestão evitando incluir o PT no hall de aliados, o prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), “prestigiou” a votação do PED (Processo de Eleição Direta) no domingo e, enfim, chamou a sigla de parceira.

“O PT é um parceiro, assim como todos os partidos (representados) na Câmara. Está contribuindo e compartilhando do nosso governo. Eu fui prestigiar a eleição interna do PT do mesmo modo como prestigiei outros. O PPS foi um deles, por exemplo”, declarou Pinheiro, que também participou de evento do PSDB.

Essa é a primeira declaração formal do peemedebista em relação à parceria com petistas. Desde que venceu o pleito para comandar o Palácio da Cerâmica, Pinheiro conta com apoio formal da sigla. Único vereador da legenda, Pio Mielo ocupa o posto de primeiro secretário da mesa diretora da Câmara e vem dando sustentação ao governo com discursos positivos e votos favoráveis às ações da administração.

“Foi um gesto bacana do prefeito. Demonstrou que tem gratidão com o trabalho que a gente tem feito e o apoio ao governo”, comentou Pio.

O peemedebista já vinha demonstrando inclinação a aceitar a relação com o PT ao exibir entrosamento com o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para articulações regionais. Além disso, o pré-candidato petista a deputado estadual e presidente do São Bernardo Futebol Clube, Luiz Fernando Teixeira, foi o primeiro a ganhar apoio formal do chefe do Palácio da Cerâmica.

Pinheiro, no entanto, vinha sendo aconselhado a não se associar à imagem petista por conta do retrospecto negativo da legenda no município. Durante o pleito do ano passado, o ex-vereador Edgar Nóbrega e então prefeiturável desistiu da eleição. Ele figurou ao lado do ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) no caso do ‘mensalinho’. A dupla apareceu em vídeo em suposta negociação de apoio no legislativo. Em 2006, o também ex- vereador e atual diretor de projetos do Consórcio, Hamilton Lacerda (PT), se envolveu no caso dos ‘aloprados’ de suposta negociação de dossiês contra tucanos.