Setecidades Titulo Fazendo a diferença
Associação investe em educação jovem

Fundada há 37 anos, ONG oferece desde atividades de lazer até formação de aprendizes.

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
10/11/2013 | 07:00
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Criada para oferecer atividades de esporte e lazer para a comunidade carente do Jardim Zaíra, na periferia de Mauá, a Associação Estrela Azul mudou seu perfil ao longo de seus 37 anos de existência. Hoje, a ONG beneficia em torno de 1.000 crianças e jovens com reforço escolar, aulas de informática, canto, ginástica até capacitação de jovens para o mercado de trabalho.

A atuação da entidade, fundada a partir de uma conversa de bar na Rua Francisco Toledo, no Jardim Zaíra, após notícia de que uma criança de 3 anos de idade teria sido atropelada, também ampliou sua área de atuação. Moradores de toda a cidade e até de vizinhas, como Santo André, Ribeirão Pires e a Capital já são atendidos. “Temos uma gama grande de jovens nos procurando. Em 2012 fechamos o ano com uma lista de espera de 1.954 pessoas”, destaca a assistente social e responsável técnica pela ONG, Maria Helena Martins.

Para participar da ONG, é preciso estar matriculado na rede pública de ensino e apresentar bom desempenho escolar, com comprovação da frequência. As crianças e jovens são separados em dois turnos e dispõem de área de 1.100 metros quadrados, divididos em três imóveis, onde estão instalados refeitório, cozinha, quadra, biblioteca, sala de jogos, brinquedos e informática. Diariamente, são servidos almoço e lanche da tarde.

A organização se mantém financeiramente por meio de convênios com a Prefeitura e governo federal, parceria com empresas e doações. Além disso, há o recebimento de cestas básicas encaminhadas pelo Ministério da Justiça como pena alternativa de infratores e repasse de alimentos por parte da Prefeitura. A instituição mantém 24 funcionários e dez voluntários.

META
“Precisamos ser um centro de qualificação profissional, mas não temos mais espaço”, ressalta Maria Helena. A meta é erguer um prédio onde hoje funciona a sede principal. Para isso, os jovens que participam do programa Adolescente Aprendiz serão atendidos em uma casa alugada por dois anos, na Vila Guarani.

A estimativa de Maria Helena é que a obra custe cerca de R$ 2,5 milhões. Questionada sobre como o projeto ganhará corpo, ela responde. “A partir da união de esforços do poder público, da comunidade e dos empresários. Sempre digo que Deus proverá”, confia.
Atuante na obra assistencial desde a década de 1980, a responsável técnica pela associação explica que as experiências mostram que os jovens estariam nas drogas se não fosse a oportunidade. “É visível a melhora da renda familiar, a partir do comprometimento dos jovens e de sua qualificação”, observa.

A missão da entidade é despertar a cidadania e o protagonismo nestas crianças e jovens. “Nosso índice de perda de jovens para o crack é até que pequeno, não chega a dez pessoas”, comemora Maria Helena.

 

Cerca de 30% dos adolescentes são efetivados após estágio empresarial - A Associação Estrela Azul mantém desde 2001 o Programa Adolescente Trabalhador, que oferece formação profissional e parceria com 45 empresas para colocação de jovens com idade entre 14 e 24 anos. Com respaldo na lei 10.097 de 2000, o projeto começou com apenas duas vagas e hoje mantém 305 adolescentes.

Os jovens são divididos em 15 turmas que recebem aula teórica uma vez por semana sobre temas como relações interpessoais, inclusão digital, trabalho em quipe, complementação escolar, além de atividades práticas durante 30 horas nas empresas. “Cerca de 30% dos nossos aprendizes são efetivados após o estágio”, observa a responsável técnica pela ONG, Maria Helena Martins.

OPORTUNIDADE
Para a estudante Joice Barros Silva, 16 anos, a participação no programa corresponde a um ‘empurrão’ para o ingresso na vida profissional. “É muito importante ter essa ajuda nesta etapa da vida. Se não fosse essa oportunidade eu estaria em casa vendo televisão”, diz. Ela começou, há três semanas, a estagiar em um hospital da cidade. Com o salário-mínimo que receberá, tem planos de ajudar a mãe no orçamento doméstico e fazer curso técnico na área de administração e recursos humanos.

Já o aluno Tiago Duarte, 16, destaca que o salário recebido há um ano e dois meses pelo trabalho como aprendiz em um banco na Capital proporcionou sua melhoria de vida. “Já comprei um guarda-roupas, uma televisão para o meu quarto, um videogame e guardei um pouco na poupança”, revela. Antes de participar do programa, o adolescente trabalhava junto com o tio, como auxiliar de pedreiro. Segundo o morador do Jardim Zaíra 6, o trabalho também trouxe mais responsabilidade.




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