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Rede Feminina de Combate ao Câncer é referência

Grupo oferece apoio psicológico e remédios a portadores da doença na região

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
27/10/2013 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Há 42 anos, a Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano é referência para pacientes carentes da região que precisam de apoio, seja para esclarecer dúvidas sobre a doença, comprar remédios ou se alimentar adequadamente. Pioneira no Grande ABC a oferecer assistência a pessoas com qualquer tipo de câncer, a entidade conta com a ajuda de 104 voluntários para desenvolver suas atividades, consideradas como exemplo em todo o País.

Presidente da instituição há um ano, Marlene Depólito Santi destaca que a principal tarefa do grupo é cuidar dos pacientes carentes e seus parentes. “Às vezes, os familiares das pessoas doentes precisam parar de trabalhar para acompanhar o tratamento e a família acaba passando por um momento difícil. Procuramos suprir as necessidades básicas”, explica. Por ano, são atendidas, em média, 800 pessoas.

O grupo oferece itens primários como bolachas, leite, cestas básicas, suplementação alimentar e roupas. Quem precisar também tem à disposição atendimento psicológico, orientação e encaminhamento hospitalar, além de compra de remédios de alto custo e auxílio jurídico.

A maior parte dos itens é adquirida por meio de doações de parceiros, explica Marlene. Para dar conta de arcar com as despesas – em média R$ 202 mil por ano –, a Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano também conta com subvenção municipal de R$ 18 mil por ano e contribuições de 215 sócios cadastrados. Outra fonte de renda é o lucro da venda de artesanatos feito por voluntárias e roupas em seus bazares e brechó.

AMOR AO PRÓXIMO

Voluntária da entidade há 11 anos, Marlene destaca que o trabalho de ajudar ao próximo foi aprendido já na infância, com a mãe. Ela e a irmã ajudavam uma vizinha que tinha forte alergia nas mãos a lavar a louça no contraturno escolar. “A cabeça dorme tranquila quando a gente faz pelo próximo”, diz.

HISTÓRIA

O grupo iniciou suas atividades em 1971, como regional de São Caetano da Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer. No ano 2000, a instituição tornou-se independente e mudou o nome para Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano.

Quem tiver interesse em participar dos projetos precisa fazer cadastro na sede, localizada na Rua Rafael Correia Sampaio, 354, em São Caetano, munido de RG e CPF, laudo médico ou biópsia, contas de luz, água e telefone e comprovante de renda familiar.

  

Para pacientes, instituição exerce serviço fundamental

Para aqueles que dependem do auxílio da Rede Feminina de Combate ao Câncer, a entidade é essencial, explica a atendente de enfermagem Neuta Rodrigues, 63 anos. A moradora de São Caetano conheceu o grupo há sete anos, época em que recebeu o diagnóstico de Linfoma de Hodgkin, tipo de câncer que se origina nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático.

Neuta destaca o fato de receber itens diversos, como leite, biscoito, gelatina, roupas, sapatos e até mesmo sabonete e pasta de dente todos os meses. No entanto, a contribuição principal é com a compra de medicamentos necessários ao tratamento, cujo custo é mais alto do que ela pode pagar. “Uso o mínimo que posso, pois sei que tem gente que precisa mais”, ressalta a beneficiária.

HELIÓPOLIS

Um dos principais trabalhos realizado por 14 voluntárias é o atendimento no Hospital Heliópolis, na divisa da Capital com São Caetano, desde 2002. Lá, os pacientes recebem ludoterapia, suporte extra-ambulatorial e acompanhamento por telefone. Também é montado lá o cantinho da beleza, onde são feitos procedimentos de higiene e cuidados pessoais, como maquiagem e corte de cabelo.

As atividades de apoio são realizadas às quintas-feiras, entre 7h30 e 13h. Já o cantinho da beleza funciona de segunda a quarta-feira, das 7h30 às 13h30.

 
 

Meta da entidade é fortalecer ações preventivas

O trabalho da Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano é um dos mais completos, organizados e bem-sucedidos do País, segundo a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer Estadual, Vera Lúcia Fedato Monari. “Nos congressos observamos que ações já realizadas há mais de dez anos na cidade estão começando a ser implementadas em outros lugares. Isso é exemplar”, comenta.

“A experiência no trabalho faz com que o grupo passe a ter seu perfil de necessidade modificado ao longo do tempo”, observa Vera Lúcia. Isso, segundo ela, graças à organização estrutural apresentada pela rede.

A tendência, diz a presidente, é integrar as redes femininas já existentes. Na região, o trabalho é feito em São Caetano, Mauá, Diadema, Santo André e São Bernardo. “Temos que pensar que o paciente pode não ter dinheiro para se deslocar entre as cidades, por isso, a importância da assistência perto dele. Não temos de ter ego”, salienta.

Para Marlene, a meta é trabalhar de forma a garantir que a prevenção seja o principal trabalho desenvolvido pela instituição. Para isso, no entanto, seria necessário contar com parceiros fixos de financiamento. “Todos os meses temos de correr atrás de verba para manter as atividades e fechar o mês no azul”, revela. 




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