Após uma noite de festas nas ruas entre os 30 mil habitantes da colônia, milhares de pessoas se reuniram ao meio-dia (hora local) desta quarta-feira em torno da Rocha, onde antigos canhões ingleses e uma célebre colônia de macacos vigiam a entrada do estreito de Gibraltar.
"Não estamos celebrando nenhum ato de 1704, nem nenhuma batalha nem a derrota de um ou de outro, apenas celebramos nossa história e o que significa para nós", afirmou nesta quarta-feira o ministro principal de Gibraltar, Peter Caruana.
Caruana afirmou que nos últimos dias "se a Espanha está ofendida porque dizemos que esta é nossa Rocha, que fique" e que a visita do ministro britânico da Defesa "não é assunto dos espanhóis".
O Parlamento de Gibraltar vai realizar nesta quarta-feira à tarde uma sessão extraordinária dedicada à adoção, aprovada por unanimidade, de uma moção que rejeita "qualquer negociação contrária à vontade do povo de Gibraltar sobre a transferência à Espanha de qualquer parte da soberania de Gibraltar", afirmando a vontade de manter "exclusivamente a soberania britânica no conjunto do território" da colônia.
Em novembro de 2002, um referendo de iniciativa local acabou com as esperanças de discussões entre Londres e Madri sobre uma soberania compartilhada, ao confirmar a vontade de quase 99% dos moradores da ilha de continuar súditos da coroa britânica.
O ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Angel Moratinos, escreveu num artigo de opinião que é "muito estranho que se comemore na União Européia e em pleno século XXI a ocupação militar de uma parte do território de um Estado membro por outro Estado membro" e pediu uma "solução realista para o último vestígio colonial da Europa".
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