Neste domingo, véspera da chegada do líder chinês, cerca de 650 dissidentes aproveitaram a proximidade da visita para protestar pelas ruas de Paris contra a presença do presidente asiático em território francês.
Hu, que será acompanhado por sua esposa e vários ministros, vai ser recebido nesta segunda-feira por seu colega francês Jacques Chirac, e será o convidado de honra de um jantar no palácio do Eliseu, a residência presidencial.
A visita do presidente chinês coincide com o 40º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.
Na opinião do diretor adjunto encarregado da Europa Ocidental da chancelaria chinesa, Liu Haixing, "os dois países vivem o melhor momento de sua história".
"As convergências entre França e China nunca tinham sido tão fortes", afirmou por sua vez o porta-voz do ministério francês das Relações Exteriores, Hervé Ladsous.
"Os dois países reforçaram suas consultas políticas neste últimos anos, e compartilham uma mesma preocupação com o fortalecimento e a renovação do sistema multilateral", explicou.
Ladsous acredita que "se as relações já são particularmente densas no âmbito político e cultural, é conveniente promover esforços suplementares nos setores econômico e industrial".
De fato, a França representa apenas 1,4% das trocas comerciais externas da China. Se a visita do presidente chinês tem um caráter essencialmente político, Paris também espera resultados no âmbito econômico.
Hu também pronunciará na próxima terça-feira um discurso ante a Assembléia Nacional francesa, o que vem motivando os protestos de muitos deputados, que se preocupam com a situação dos direitos humanos no gigante asiático.
Pequim quer mobilizar Paris na sua cruzada contra um referendo previsto para o dia 20 de março em Taiwan, ilha considerada pelo governo chinês como parte integrante de seu território.
A China espera do governo francês "um apoio contra a independência de Taiwan e contra o referendo", declarou Liu.
Hu se reunirá na próxima quarta-feira com representantes da comunidade empresarial, e será recebido em seguida na prefeitura de Paris, almoçará no Senado e visitará a Fundação Charles de Gaulle.
Durante a noite de quarta-feira, será o convidado de honra de um jantar oferecido pelo primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin.
Também serão assinados durante a visita acordos econômicos nos setores audiovisual e da energia atômica, segundo a chancelaria chinesa.
Cerca de 650 integrantes da seita Falungong, segundo a polícia, protestaram neste domingo nas ruas de Paris contra a visita do presidente chinês.
No sábado, cerca de 100 dissidentes também protestaram contra a visita de Hu, enquanto a famosa avenida parisiense dos Champs-Elysées se vestia de vermelho para comemorar em grande pompa o Ano Novo chinês.
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