Há poucos dias, representantes da rede da Europa – onde o programa existe formalmente há três anos – fizeram uma visita e apresentaram a idéia à prefeitura de São Bernardo, em busca de apoio da administração municipal para o estabelecimento da experiência.

Delegado chefe da rede européia no Brasil, o diretor da empresa de serviços automotivos NHT, de São Bernardo, Sadao Hayashi, afirmou que busca da prefeitura inicialmente respaldo para uma infra-estrutura mínima que possa difundir o projeto entre as empresas: um escritório com mobiliário, computador e uma secretária. Segundo ele, em uma fase posterior, o Alfa B poderá significar a instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia.

O executivo disse que também está em conversações com a prefeitura de São José dos Campos, mas acrescentou que torce para seja no município da região, já que tem sua vida familiar e profissional no Grande ABC e teria de se transferir para o interior.

A rede já tem entre seus membros entidades como a Universidade de Saint Etienne e a Universidade Paris VI, ambas da França, e outras instituições de ensino na Alemanha, Espanha, Bélgica, Portugal, Chile e Argentina. No Brasil, além da NHT, já participam a Universidade de Brasília e a Federal Fluminense.

A participação de uma empresa na rede poderá significar, por exemplo, que caso o empresário tenha um problema específico em sua produção ele poderá solicitar ajuda e a coordenação na Europa prospectará um especialista para solicionar a dificuldade. O custo da vinda do especialista seria arcado pela Comunidade Européia. Hayashi acrescentou que poderia ser interessante para um acadêmico europeu que estivesse fazendo uma tese de mestrado, já que este poderia conhecer na prática algo relacionado a seu estudo.

O executivo disse ainda que as empresas da incubadora de base tecnológica de São Bernardo poderiam integrar o programa. Não há restrição em relação a setores da economia, já que o projeto tem uma lista extensa na área de alta tecnologia para o desenvolvimento de produtos ou serviços com as empresas, que engloba desde software, engenharia aplicada e medicina, entre outros. “Mas para ter esse direito (de receber o suporte), as empresas precisam participar da rede”, disse. O alvo prioritário seria atender micro, pequenas e médias empresas.

Interesse – A prefeitura informou que há interesse de que o município seja sede de coordenação do Alfa B. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Hermes Soncini, existe a preocupação de participar de qualquer atividade que possa desenvolver alta tecnologia. “Temos mão-de-obra preparada pelas grandes empresas e temos um parque universitário muito bom, com renome internacional. São Bernardo tem de estar inserida em ações para aumento da tecnologia”, disse o secretário.