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Botijão de gás volta a encarecer na região

Tendência é que o item fique mais ‘pesado’ no orçamento devido aumento no consumo

Por Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
25/06/2020 | 00:24
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Denis Maciel/DGABC


Após atingir a marca de R$ 90 no início da quarentena, o preço do botijão de gás ainda assusta os consumidores do Grande ABC. O valor até chegou a recuar, mas, aos poucos, está voltando aos padrões do fim de março e começo de abril. Nos últimos 30 dias, o item encareceu 15%, segundo a Asmirg-BR (Associação Brasileira dos Revendedores de GLP). E não para por aí. A previsão é a de que até o início de julho o preço suba em torno de 5%. “Apesar da alta do dólar, o que tem provocado o encarecimento é a procura. Com muitas pessoas ainda em casa por causa do isolamento físico o consumo aumenta”, explica o dirigente da associação Venceslau José da Silva Filho.

Vale lembrar que o botijão de 13 quilos, o mais consumido, chegou a faltar por alguns dias em todo o País.

De acordo com a última pesquisa realizada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio entre as seis cidades (Rio Grande da Serra não participa de pesquisa) ficou em R$ 69,55.

O Diário entrou em contato com dez revendedoras na região, ontem. Os valores dos botijões para entrega são mais salgados, na casa dos R$ 80 – como em um estabelecimento de São Caetano. A média para retirada no local varia entre R$ 66 e R$ 68. Há revendedores que dão desconto para aposentados, passando de R$ 77 para R$ 74, no caso da entrega estar embutida.

Na semana passada, a Petrobras anunciou aumento médio de 5%. Esse foi o segundo reajuste praticado pela estatal neste mês. Anteriormente, no dia 4, as refinarias da petroleira já haviam reajustado o preço do GLP em 5,76%.

Vale lembrar que o conhecido gás de cozinha é versátil e hoje utilizado também para o chuveiro, lareiras, aquecedores e lavanderias.

Um estudo do Sindigás (Sindicato Nacional das Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo) compara um banho de 60 litros de água (dez minutos) com a energia elétrica e GLP. O aquecido a gás sai 64,2% mais barato – mais um motivo pelo qual a demanda aumenta ano a ano.

Dados do Ministério de Minas e Energia reforçam que o combate à pandemia da Covid-19 alterou fortemente o padrão de consumo energético. No Brasil, as medidas de isolamento reduziram a demanda de combustíveis para transporte e elevaram a procura por gás de cozinha. A comercialização de GLP em botijões aumentou em todo o País, sendo 23% em março e 15% em abril, em relação ao mesmo período do ano passado.

Para a dona de casa Nadir Oliveira, 60 anos, com o marido em trabalho home office e com os dois filhos fica difícil economizar no botijão. “Na minha casa o chuveiro é elétrico, mas agora, com todos juntos 24 horas, preciso fazer almoço e janta todos os dias. Sem contar que no isolamento a gente também está comendo mais, sempre asso um bolo e faço sobremesas. Tudo isso é gasto adicional. Está pesando no orçamento”, comenta a moradora do Parque Novo Oratório, em Santo André. 




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