Os ferros-velhos de todo o país serao obrigados a enviar a cada seis meses para os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) uma relaçao de todos os veículos desmontados durante o período. A medida foi tomada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), na semana passada, e tem como objetivo principal impedir o desmanche de veículos roubados. "Será um golpe mortal neste tipo de atividade", afirma o ministro dos Transportes, Elizeu Padilha.

A partir de agora, além das concessionárias autorizadas, somente poderao fazer desmanche de carros os ferros-velhos cadastrados nos Detrans, que expedirao certificados de idoneidade para as empresas. Segundo Padilha, a medida vai evitar que os ferros-velhos sejam usados para "esquentar" veículos roubados, como acontece em alguns Estados.

A medida foi tomada pelo governo durante a greve dos caminhoneiros, quando o ministério baixou a deliberaçao 18, do Contran, normatizando o desmonte de caminhoes. "Aproveitamos e colocamos também os veículos de passeio nesta resoluçao", diz Padilha.

A deliberaçao, de 13 de maio, só entrará em vigor a partir da regulamentaçao do Contran, que deverá acontecer, provavelmente, em uma reuniao no final deste mês. Além de obrigar o cadastro no Detran, os ferros-velhos terao que repassar a relaçao dos carros que foram desmontados, para que eles sejam retirados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavan), num prazo mínimo.

"Nossa intençao é evitar a clonagem, principalmente de documentos", observa o ministro dos Transportes. Segundo estimativa do governo, com esta medida, que passou despercebida durante a greve dos caminhoneiros, os 30 milhoes de carros de passeio existentes hoje no País estarao mais protegidos. Hoje, segundo as estatítiscas oficiais, o Brasil figura como o campeao mundial em desmanches ilegais de veículos.

A medida foi tomada depois que o governio percebeu que os ferros-velhos estavam sendo usados como mercado paralelo de desmanches ilegais. Em muitas regioes foi observado um aumento no número de caminhoes de carros de passeio roubados, justamente onde surgiam grande quantidade de ferros-velhos.

"Agora isso vai acabar, já que todas as empresas desta natureza terao um cadastro", afirma Padilha. "Do contrário, a atividade dos ferro-velho será ilegal".