Com vários atrativos turísticos, cidade ao pé da Serra da Cantareira convida a se conectar com a natureza
Na calmaria dos pés da Serra da Mantiqueira, cercada por montanhas e cortada pelo Rio do Peixe, quase na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, está Socorro. A cidade, localizada a 150 quilômetros do Grande ABC (duas horas e meia de carro), é daqueles lugares que dificilmente se visita uma única vez, tamanho número de atrações. A programação tem como destaque rafting, rapel e trilhas que levam até exuberantes cachoeiras, mas o simpático município paulista de apenas 40 mil habitantes oferece também paisagens deslumbrantes, como o inesquecível pôr do Sol visto do alto da Pedra Bela Vista. Existem três caminhos principais que levam da região até Socorro. Por dentro de São Paulo, acessando a Rodovia dos Bandeirantes e as marginais Pinheiro e Tietê até a Rodovia Anhanguera; pelo Rodoanel Mário Covas; ou rota mais curta, apesar de estar sujeita a trânsito, que é a pela Rodovia Fernão Dias.
Nesta última rota, a dica é fazer parada em Bragança Paulista, quase no meio do caminho, e provar os lanches de linguiça artesanal, tradicionais na cidade. Um dos mais procurados é os do Restaurante do Rosário, que fica nas margens da Fernão Dias, logo após entrar na cidade. Servidos em pão francês, custam, em média, R$ 20. Um pouco mais à frente, em Pinhalzinho, quase chegando em Socorro, vale experimentar o bolinho de tilápia (R$ 4,50) carro-chefe do Bar do Tuta, que precisa de pequeno desvio até o km 114,5 da Rodovia Capitão Bardoino.
A proposta em Socorro é desapegar dos problemas e se conectar com a natureza. Por todos os lados enormes campos verdes emolduram a paisagem e nos convidam a vivenciar a calmaria, cenário distante das grandes metrópoles. Como a cidade é pequena, os deslocamentos são rápidos. Em dez minutos é possível cruzar o município de um lado ao outro, o que facilita a logística e permite conhecer diversos locais no mesmo dia. O trânsito praticamente inexiste e estacionar o carro é relativamente tranquilo, principalmente aos fins de semana.
Fundada em 1738 e batizada em homenagem a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira do município, a cidade é uma das 19 do Estado consideradas estâncias hidrominerais por cumprir os requisitos definidos por lei. Isso garante verba para promoção do turismo regional. Por facilitar o acesso de pessoas com necessidades pessoais ou mobilidade reduzida aos atrativos, a cidade conquistou nos dois últimos anos o prêmio Top Destinos, na categoria turismo social, ao vencer votação popular organizada pela ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil) e da associação dos profissionais de viagem e turismo Skal Internacional São Paulo
Um dos diferenciais de Socorro é que a cidade é petfriendly, isso significa que boa parte dos estabelecimentos, restaurantes e hoteis está preparada para receber os integrantes da família de quatro patas. Até mesmo em algumas atividades radicais os cachorros são bem-vindos.
Antes de pegar a estrada é importante traçar roteiro do que a família deseja conhecer. Algumas atividades requerem tempo longo, como as descidas de rafting, por exemplo, que são imperdíveis, mas consomem pelo menos três horas – duas de navegação na água (leia ao lado).
Um destino imperdível é a Pedra da Bela Vista – a entrada custa R$ 20. Assistir ao pôr do Sol ali é algo espetacular, tanto que é uma das principais recomendações dos turistas que visitam a cidade no site tripadvisor.com. Além da vista, música ao vivo aos fins de semana deixa o clima aconchegante. Enquanto espera o Sol se esconder atrás das montanhas, o turista pode experimentar o tradicional pan de palo (R$ 15), massa de origem peruana assada em fogueira pelos próprios visitantes, que, depois, podem recheá-la. Na pedra ainda existem outras atividades para quem é mais radical. Uma delas é a descida em rapel de 98 metros, que dura quase três horas (R$ 98). Tem também o trekking, caminhada que leva a quatro pequenas grutas, garantindo visual deslumbrante aos turistas (R$ 80).
Outro local bem frequentado é o Mirante do Cristo, cartão-postal de Socorro e que possui entrada gratuita. Localizado em um dos pontos mais altos da cidade, oferece vista incrível aos turistas, além de contar com playgroud e estacionamento.
Com tantas atrações ao ar livre, Socorro é destino perfeito para quem quer desestressar, mas causa efeito colateral difícil de resolver: a vontade incontrolável de voltar à cidade.
Cidade quer atrair mais motociclistas
Cada vez mais Socorro está se preparando para atrair amantes das motos e das bicicletas, percebendo que essa é fatia importante dos visitantes que chegam até a cidade. Tanto que em dezembro, a prefeitura local lançou o projeto Socorro, Destino Duas Rodas, que tem como intuito facilitar ainda mais a locomoção dentro do município. A iniciativa partiu da união de entidades como a Astur (Associação das Empresas de Turismo) e a ACE (Associação Comercial) e conta com apoio do Comtur (Conselho Municipal de Turismo).
A ideia é favorecer o amante das duas rodas, seja com melhor estrutura em pontos comerciais e turísticos, como a instalação de porta-capacetes e ampliação das vagas para motos, por exemplo, ou ainda com a criação de rotas para que os mais aventureiros possam explorar a cidade de um modo diferente e independente.
Não é coincidência que a cidade, que fica a 720 metros do nível do mar, é destino frequente de eventos das fabricantes de motos, reunindo dezenas de motociclistas em alguns fins de semana. Suas ruas largas e pacatas, somadas à sensação de segurança, permitem trafegar tranquilamente entre um ponto turístico e outro, às vezes tendo a sorte de encontrar uma trilha no meio do caminho e dar um pouco mais de emoção ao passeio.
Partindo do Grande ABC, fazer o trajeto de moto é bastante tranquilo. A Rodovia Fernão Dias, principal via de acesso até Socorro, é bem sinalizada, apesar de mudar com frequência os limites de velocidade por causa dos trechos sinuosos. Na cidade, a maior parte dos comércios já está equipada com vagas exclusivas para motos, o que facilita bastante para se acomodar em bares e restaurantes. Além de tudo isso, tem a sensação de liberdade e o vento batendo no rosto, pré-requisitos de quem busca o destino para se conectar com a natureza.
Seu território irregular também pode ser desafiador para ciclistas e motociclistas. Tanto que a cidade recebe durante o ano diversas provas de motocross e também maratonas de mountain bike. Mas nenhuma delas reúne tanta expectativa como a 38ª edição do Enduro da Independência, cuja largada será na cidade no dia 5 de setembro e deve mobilizar pelo menos 2.000 pessoas apenas com o evento.
Exposição conta a história das motos
O acervo conta com motocicletas que pertencem ao acervo Moto Classic Museum, de Sumaré, a coleção Remaza Collection, que inclui itens como minimotos da Honda, além da antiquíssima Triumph Type H, exemplar fabricado em 1915 pela TecMoto. A mostra ainda reúne retratos e documentos originais, itens de mobiliarium que retratam 120 anos de motociclismo brasileiro, além de competições, legislação, trânsito e muita história.
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