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Região tem média de dois casos de tuberculose por dia

Dia de combate à doença chama atenção para perigos da automedicação e importância do diagnóstico

Juliana Stern
Especial para o Diário
17/11/2018 | 07:00
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Creative Commons/EBC


 Doença que registra por ano 70 mil novos casos no País, a tuberculose merece atenção especial, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. O problema acomete mais pessoas do que o câncer de mama, por exemplo, cuja incidência é de 59,7 mil pacientes por ano. Na região, de janeiro até novembro, foram 728 contaminações pela infecção – média de duas por dia. Embora o número seja 18,6% menor do que o observado no mesmo período do ano anterior, foi responsável por 11 mortes entre as sete cidades, uma por mês.

No dia nacional de combate à doença, hoje, especialistas alertam para os prejuízos da automedicação, somada à falta de informação e erros de diagnóstico, fatores que colaboram para o aumento de doentes.

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Seu sintoma mais característico é a tosse insistente, que dura mais de duas semanas e causa expectoração (catarro). O paciente pode, ainda, apresentar febre, sudorese e perda de peso.

Além de causar sintomas comuns a outras doenças respiratórias, a falta de conhecimento da população sobre o comportamento da tuberculose atrasa o diagnóstico correto, considera o médico infectologista do Hospital América de Mauá Leopoldo Tosi Trevelin. “O indivíduo não imagina que possa se tratar de tuberculose e acaba se automedicando e deixando que a problema ‘cresça’.”

Por ser uma doença contagiosa, o atraso no diagnóstico coloca em risco todos que convivem com o paciente. “Mesmo em tratamento, o doente só deixa de ser contagioso após 15 dias da contaminação”, informa o médico.

A cozinheira mauaense Maria Aparecida de Jesus Souza, 42 anos, foi diagnosticada erroneamente com pneumonia, após duas semanas de tosse insistente. O diagnóstico de tuberculose só veio um mês após a procura por ajuda médica, o que atrasou o início do tratamento. “Sou transplantada renal, então é comum ser internada com pneumonia por minha imunidade ser baixa. Quando fui ao pronto-socorro, fui internada logo de cara, sem exames.” No entanto, após a alta, a tosse não cessou e Maria notou que estava perdendo peso. Ela voltou ao médico e ficou internada novamente. “Desconfiaram da tuberculose. Fiquei isolada por 15 dias até a doença não ser mais contagiosa. Depois tive alta e continuei o tratamento em casa.”

A terapia medicamentosa para tuberculose dura, em média, seis meses. No entanto, para pacientes imunodeprimidos, como é o caso de Maria, pode durar até um ano. Para o infectologista, a melhor maneira de prevenir o mal é a conscientização. “Quanto mais as pessoas buscarem os postos, mais fácil é o diagnóstico. Por consequência, quanto menos pacientes com tuberculose tiver tossindo por aí, menor é o contágio.”

 




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