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Mercadão do Rudge Ramos completa 50 anos

Centro de compras reúne 65 lojas com variedade de produtos e atrai 3.000 pessoas por semana; famílias seguem à frente dos negócios por gerações

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
10/11/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O Mercado Municipal do Rudge Ramos (oficialmente Helio Masini), em São Bernardo, completa, hoje, meio século de existência. Inaugurado em 10 de novembro de 1968, o espaço, por onde circulam 3.000 pessoas por semana, reúne 65 lojas, em sua maioria conservadas como negócio familiar por várias gerações. Um dos segredos de manutenção do local é a relação de amizade entre comerciantes e clientes.

O Mercadão do Rudge, como é carinhosamente chamado pelos frequentadores, reúne variedade de produtos: as lojas oferecem desde carnes, farináceos, cereais, azeites, frutas e verduras, até roupas e calçados, passando por papelaria, bazar, produtos para animais e até peixinhos, além de área para alimentação.

A presidente da Associação dos Permissionários do mercado, Marilene Dias, 50 anos, circula pelos corredores do centro de compras desde a adolescência, quando a família tinha uma loja de laticínios. Atualmente, ela é dona de comércio de produtos naturais. “Passamos a maior parte da nossa vida aqui’, explica.

“Além do mix de produtos, nosso diferencial é a segurança, o ambiente familiar”, afirma Sonia Centurion, 56, proprietária de papelaria. O negócio foi iniciado em 1976 pela mãe, como bazar, e ampliado anos depois. Entre os três filhos, dois rapazes e uma garota de 9 anos, apenas a pequena já manifestou o desejo de seguir os passos da mãe. “Ela fala que vai ser dona de papelaria”, conta Sonia, que frequenta o mercadão desde os 14.

Dona do açougue e permissionária no local desde a sua inauguração, Marlene Faria José, 78, relembra quando o marido e ela venderam antigo estabelecimento comercial, em Santo André, para abrir a loja em São Bernardo. Cinco anos após a mudança de praça, Marlene ficou viúva, com três filhos para criar e um negócio para tocar. A aposentada avalia que o mercado tem se mantido melhor do que o comércio em geral no País. “Trabalhamos muito, mas tem dado tudo certo”, conclui.

Acreditando que as coisas vão continuar prósperas, o neto de Marlene, o veterinário Rodrigo Papadopoli José, 28, largou, há quatro meses, a profissão para se dedicar ao açougue. “Minha avó queria vender, mas meu pai e eu achamos que é um negócio de família, temos de continuar.” O neto tem aprendido desde o atendimento no caixa até os cortes de carnes. “Tenho gostado bastante”, afirma.

Há dez anos, a psicóloga Sandra Otozato, 53, trocou 15 anos de atendimento em consultório por uma cafeteria. “Era um sonho. Quando surgiu a oportunidade, aproveitei”, relata. As conversas no balcão a ajudam a matar as saudades da profissão. “Todo comerciante é um pouco psicólogo”, considera. 




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