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S.Bernardo terá 120 pontos de coleta de óleo usado até 2021

Serviço tem previsão de começar a operar na cidade no primeiro semestre de 2019

Por Juliana Stern
Especial para o Diário
27/10/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


São Bernardo abriu edital para contratar empresas para instalar pontos de descarte voluntário de óleo de cozinha e recipientes de vidro com o intuito de reciclar os materiais. Estima-se que 120 pontos de coleta de óleo e 100 de vidro sejam espalhados pela cidade até 2021. O serviço tem previsão de começar a operar no primeiro semestre de 2019.

O chamamento público, aberto na segunda-feira, procura fechar contrato com organizações sociais que irão realizar coleta seletiva, armazenamento, transporte e destinação ambientalmente adequada ao óleo de cozinha e recipientes de vidros inteiros, usados para reciclagem. Nos primeiros seis meses de contrato, está prevista a instalação de 30 pontos de coleta de óleo, alcançando os 120 ao fim do contrato, que tem duração de dois anos. Neste período, 100 pontos para o descarte de vidro também serão instalados. O objetivo da iniciativa, segundo a Prefeitura de São Bernardo, é promover o desenvolvimento sustentável e a destinação adequada de resíduos, minimizando os impactos negativos da sua decomposição na natureza.

O óleo vegetal, usado na preparação de alimentos, normalmente frituras, quando descartado diretamente em pias e ralos vai para a rede de esgoto, o que prejudica o tratamento e pode até contribuir para o efeito estufa. Segundo a professora e pesquisadora do IPH (Índice de Poluente Hídricos) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marta Marcondes, o óleo em contato com o esgoto não tratado sofre reação que resulta na liberação de gás metano, um dos responsáveis pelo aquecimento global. “É pior do que o gás carbônico, que também influencia no efeito estufa. O gás carbônico é usado pelas plantas no processo de fotossíntese e não há nenhum organismo que utilize naturalmente o gás metano.”

Quando descartado em água potável, um litro de óleo é capaz de poluir até 25 mil litros de água, o que dificulta e encarece o tratamento dessa água. “O processo de filtração fica mais difícil, demorado e, consequentemente, mais caro”, afirma a professora.

O óleo reciclado pode ser usado para a produção de biodiesel, sabão, detergentes, glicerina, tintas à base de óleo e até ração para animais. A dona de casa de São Bernardo Maria Aparecida dos Santos Martin, 73 anos, tem o hábito de guardar o óleo usado há cinco anos, não só pela reciclagem, mas também para ajudar quem precisa. “Tem uma moça que faz sabão para vender. Ela sempre passa pedindo óleo usado e eu guardo para ela. Antes disso, levava nos pontos de coleta.”

No ano passado, 29 mil litros de óleo foram coletados em São Bernardo, conforme a Prefeitura. No momento, os postos estão em fase de desativação, mas deverão ser reativados após assinatura do novo contrato.  




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