A Câmara de São Caetano colocou em xeque a atuação do secretário de Cultura, João Manoel da Costa Neto (PSDB), após o Diário mostrar que a ausência do tucano na 4ª Conferência Municipal do setor, que discutiu sábado no Teatro Santos Dumont o futuro de atividades na área, provocou revolta entre artistas. Foi alegado motivo de saúde para não comparecer ao evento.

Os vereadores cogitaram a convocação de João Manoel para dar explicações no plenário da Casa. O presidente do Legislativo, Pio Mielo (MDB), afirmou que a notícia surpreendeu, pontuando que os parlamentares que fazem parte da comissão de Cultura – Jander Lira (PP), Caio Funaki (PEN) e César Oliva (PR) – receberam convite para a conferência apenas na sexta-feira, um dia antes do ato. “Os vereadores queriam a convocação do secretário para prestar esclarecimentos sobre o episódio. Mas, num diálogo, entendemos deixar o assunto para a audiência pública de Cultura, que vai acontecer no dia 11.”

Jander falou que, diante do recebimento do convite de última hora, enviou representante, uma vez que já tinha na agenda atividade com o ministro Alexandre Baldy, das Cidades, em São Bernardo. Segundo ele, houve falta de organização. “Essa conferência retratou a falta de planejamento. Como nos convida por e-mail um dia antes? Só caldo de cana se toma na hora.”

João Manoel justificou que a secretaria iniciou os trabalhos da conferência no começo da atual gestão do conselho municipal de políticas culturais, em fevereiro de 2017, alegando que participou de todas as reuniões extraordinárias. Pontuou que as pré-conferências tiveram baixas adesões. Negou, no entanto, que a falta na audiência tenha gerado problemas. “Entendo ainda que minha ausência naquele momento não diminui em nada a conferência, pois o poder é soberano dos conferencistas e a equipe da secretaria esteve integralmente presente, inclusive organizando o evento que é de competência do próprio conselho.”