As obras começaram em janeiro, mas passados cinco meses a Estrada as Sete Cruzes, que liga Ribeirão Pires a Suzano, continua esburacada quase na sua totalidade. O Diário percorreu ontem os 11,2 quilômetros da via e constatou que o motorista encontra asfalto recapeado apenas nos dois primeiros quilômetros, partindo de Ribeirão. O prazo para a finalização do projeto termina em setembro.

A via faz parte do programa Pró-Vicinais, lançado em junho do ano passado pelo governador José Serra. Na ocasião, o Estado anunciou investimento de R$ 4 milhões para trabalhos de recapeamento, melhoria da sinalização, implementação de acostamentos e revisão do sistema de drenagem.

A estrada corta parte do Cinturão Verde de São Paulo, área ocupada por pequenos produtores de verduras e hortaliças. "Quando a obra começou todos os motoristas comemoraram. Sou verdureiro, passo por aqui cinco dias por semana para comprar mercadoria para o meu comércio. Achei que, nesta época, teríamos alguma melhoria, mas está tudo igual. A estrada é péssima, cheia de buracos", diz o comerciante Wilson Toshikazu.

A reforma é defendida por todos que utilizam a via. "Precisamos contar com uma estrada melhor para transportar os nossos produtos. Há cerca de 20 dias, tinha um monte de gente trabalhando na obra. Eu até servia café para os operários de manhã. Agora não tem ninguém. Não podemos ficar esquecidos. A reforma tem de sair", pede o produtor e vendedor de verduras Carlos Braga da Silva.

A Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo garante que os trabalhos não estão paralisados, apesar de a reportagem não ter encontrado nenhum trabalhador em atividade. Segundo o governo, as empreiteiras devem cumprir o prazo estabelecido em contrato. O cronograma das obras é definido pelas empresas.