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Porque hoje é o Dia de Finados...
Ademir Medici
02/11/2017 | 07:00
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 “Em cima do túmulo cai uma folha após outra. Lágrimas também...”

Hidekazu Masuda Goga (Japão, 1911 - São Paulo, 2008): jornalista, escritor, pintor e poeta.

 

Ano a ano, desde 1958, o Diário focaliza os preparativos e as cerimônias do Dia de Finados. Sem a agilidade de um jornal diário, o semanário News Seller, antes ou depois da data – ou geralmente em suas duas edições correspondentes – já falava da romaria aos nossos cemitérios nesta época do ano.

Naquele tempo eram todos cemitérios públicos. Os andreenses referindo-se ao Cemitério da Saudade, na Vila Assunção; os são-bernardenses, ao Cemitério de Vila Euclides; os são-caetanenses, ao Cemitério da Vila Paula.

Em Mauá, o Cemitério da Vila Vitória data da virada dos anos 1930 para 1940. Em Ribeirão Pires, o Cemitério São José é novo em relação ao pioneiro cemitério, que ficava atrás da Capela do Pilar Velho, esta a mais antiga das capelas da região – cemitério aquele desativado.

Mesmo caso do Cemitério de Rio Grande (hoje da Serra), ao lado da capela histórica de São Sebastião, chamado Cemitério Santa Cruz, hoje substituído pelo novo cemitério, do outro lado da cidade.

E em Paranapiacaba, o Cemitério Bom Jesus, que disputa com o da Vila Euclides o título de o mais antigo do Grande ABC, ambos do século 19.

 

CÓRREGO DO CEMITÉRIO

Tivemos outros cemitérios, todos desativados: o pioneiro de São Bernardo, atrás da Igreja Matriz; o Cemitério dos Bexiguentos, em Vila Assunção, no caminho do Pilar.

Havia o Cemitério dos Polacos, em Riacho Grande, encoberto pelas águas da Represa Billings.

O historiador Wanderley dos Santos não entendia o porquê de Santo André chamar um dos afluentes do Tamanduateí de Córrego do Cemitério – este córrego que nasce pelos lados da Vila Bastos, passa pelo Paço Municipal e, canalizado, embutido, corre silencioso sob a estação de Santo André.

Depois vieram os novos cemitérios. Diadema construiu o seu, quando as autoridades de São Bernardo não quiseram mais receber os mortos do novo município. Santo André fez um novo cemitério do 2º Distrito de Utinga, o Nossa Senhora do Carmo, em Vila Curuçá, depois do Cemitério Sagrado Coração de Jesus, em Camilópolis; e, no 1º Distrito, o Cristo Redentor, em Vila Pires.

São Bernardo fez os da Pauliceia, Baeta, Carminha nos Casa; São Caetano o das Lágrimas, quando os da Vila Paula e Cerâmica já começavam a não ter espaços.

Vieram os cemitérios particulares. Mais recentemente, o primeiro crematório.

 

LOCAIS DE ESTUDO

Hoje os pesquisadores olham os cemitérios com olhos de historiadores. Quantas informações encerram cada jazigo e todos aqueles livros de registros preenchidos por servidores de várias gerações!

Professor José de Souza Martins tem histórias fabulosas de um tempo em que vigário de São Bernardo, padre Lustosa, proibiu que São Caetano sepultasse seus mortos na sede do município – e lá iam eles para o Cemitério do Brás, hoje conhecido como Cemitério da Quarta Parada, um dos mais antigos da Capital (1892), contemporâneo aos cemitérios de Vila Euclides e Paranapiacaba.

No fim da década de 1940, Tereza Delta descobriu ossadas no antigo cemitério dos beneditinos, em plena Estrada do Vergueiro. Padre Giuseppe outro dia descobriu ossadas do antigo cemitério que ficava atrás da matriz de São Bernardo. E assim por diante.

Tudo isso para registrar mais um Dia de Finados, quando as romarias em direção aos nossos cemitérios perderam a intensidade do passado – afinal, as pessoas preferem dar uma esticada para fora do murmurinho regional e as praias estão tão perto...

 

 

Jubileu do Américo Brasiliense

 

Memória reforça o convite aos formandos de 1967 da Escola Américo Brasiliense para que participem do encontro do próximo sábado, 4 de novembro. Será no Restaurante São João, da Rua Guilherme Marconi, 421, Vila Assunção, em Santo André.

Maiores informações com a professora Maria Aparecida Borges de Freitas: 4438-3048 e 9-8217-2020.

De ‘D’ a ‘M’

Danute Sukys, Darcy Guerreiro Lopes, Décio Mário de M. Gomes, Deisi Caetano de Camargo, Delfina Lacalle Ripa, Denise Teixeira, Doris Feldman.

Egle Nice Martins de Pieri, Elisabete da Cunha, Elvira Ribeirão de Freitas, Ester Nascimento, Eunice Cypriano.

Fidalma A. Blaschi, Florípedes Tavares Marchi.

Glecy Aparecida Fagundes Correa.

Heleni Barreiro Fernandes, Heloaci Zélia Rangel da Costa, Hermínia Vicente Tavares.

Ione Horie, Ivani Mandelli, Ivanize Aparecida Louzada, Ivone Baptista Montenegro.

Janete Justo, Janice Araujo Reis, Janice Duarte, Jianete Teixeira.

Leda Bittencourt Queiroz, Leda Lúcia dos Santos, Leda Pucci Macedo, Leila Grecco, Lélia Dix Terra, Leolaide Ramos de Carvalho.

Madza Julita Nogueira, Magali de Almeida Jorge, Mara Selma Gonçalves Leite, Maria Angela Sousa Brito, Maria Antonieta Cereja Frade, Maria Aparecida Borges de Freitas, Maria Aparecida Ribeiro, Maria Carolina Caramel, Maria Catarina Garcia Tabet.

Continua

 

Diário há 30 anos...

Domingo, 1º de novembro de 1987 – ano 30, edição 6588

Meio Ambiente – Serra do Mar, aventura arriscada. Os repórteres Walter Venturini e Luciano Vicioni percorrem as matas nos arredores do Grande ABC. A dupla é acompanhada por Hermínio Costa, o homem que mais conhece as trilhas da serra. São fotografados pontos como a Cachoeira do Poço Fundo e a Pedra Lisa. Locais perigosos. Muitos ali se perderam, e tiveram que ser resgatados por equipes de socorro. Outros perderam a própria vida.

Memória – As mulheres com longos vestidos, os homens com paletó – muitos de gravata – e chapéu. E o instantâneo: aqui estão os trabalhadores da Pirelli, em Santo André. O ano? Qualquer coisa por volta de 1935.

Polícia – PM assassinado no portão de casa em Utinga, Santo André.

 

Em 2 de novembro de...

1867 – Em plena Guerra do Paraguai, o general João Manuel Mena Barreto comanda o Exército brasileiro na tomada de Tajl.

1917 – O Brasil na guerra. As manifestações patrióticas e de solidariedade ao governo da Nação.

1972 – Um trem de passageiros e outro de carga chocam-se na Estação de Rio Grande da Serra; várias pessoas ficam feridas.

1977 – Aberta, no saguão do Hotel Binder, em São Bernardo, exposição de cartões de arte da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

 

Hoje

Dia de Finados ou dos Fiéis Defuntos

 

Santos do Dia

Vitorino de Pettau, Bispo e mártir (+ ano 303, cerca de). Bispo de Ptuj, na atual Eslovênia. Autor de vários trabalhos denominados ‘escritos exegéticos’.

A teologia exegética busca estabelecer um estudo sistemático dos livros sagrados utilizando o conhecimento das línguas originais em que foram escritos, como o hebraico e o grego antigo.

Todos os fiéis defuntos.




Comentários

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