Ex-prefeito de São Bernardo e atual presidente do diretório estadual do PT, Luiz Marinho admitiu, pela primeira vez, que pode ser candidato do partido a governador de São Paulo, como já ventilava-se internamente no petismo. A possível candidatura foi externada ontem, durante discurso do ex-prefeito a petistas do Grande ABC, em ato no diretório da legenda em São Bernardo.

O encontro foi realizado pela coordenação do PT na região e pela corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) e reuniu quantidade reduzida de militantes, mas a ala é majoritária dentro do partido e inclui, inclusive, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Meu nome está à disposição (para ser candidato ao governo paulista) com serenidade no partido. Vamos trabalhar a partir da (definição sobre a) reforma política, de qual será o papel do (vereador paulistano Eduardo) Suplicy, do (ex-prefeito da Capital, Fernando) Haddad e de qual será o meu papel. Sou um facilitador no processo. Não tenho absolutamente nenhum problema (em ser candidato a governador). Uma coisa é certa: candidato a deputado federal eu não sou”, revelou Marinho, ao Diário.

Minutos antes, em seu discurso aos correligionários, o petista vislumbrou possível cenário favorável para o PT na sucessão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) por conta da indefinição sobre quem será o candidato governista e se colocou à disposição para a “tarefa”. “Nesse cenário há uma nebulosidade grande. O PSDB está dividido. Não sabe se lança o (prefeito paulistano, João) Doria como candidato a governador ou a presidente. Então, é um processo de enfraquecimento. O (vice-governador) Márcio França é candidato à reeleição com certeza e se o PSDB sai com candidato ocorrerá ruptura do grupo. Nesse processo é o momento de maior oportunidade a ser construída, mas depende muito de nós. É um momento oportuno de o PT trabalhar esse processo”, projetou o ex-prefeito petista.

Questionado sobre a possibilidade de o atual prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), ser candidato a governador, Marinho ironizou. “Não vejo ele como candidato, mas não tenho nenhum problema (em ser adversário). Já o derrotei outras vezes e não teria problema em derrotá-lo de novo”, frisou, em alusão ao triunfo sofre o tucano na eleição municipal em São Bernardo, em 2008.